Quatro vezes governador do estado e três como prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PODEMOS) disse, em entrevista publicada no Portal do Holanda, neste sábado (19), que decidiu concorrer a mais uma eleição, ao ver a situação em que se encontra a cidade de Manaus. “Eu vi o estado inerte, sem poder fazer nada, e aquelas mortes todas absurdas, por Covid. Vi aquelas operações (da Polícia Federal) e mais uma vez na área da saúde. Aí, foi difícil segurar. Eu não tenho o direito de ficar em casa, olhando isso de longe. E sofrendo sem fazer nada”, declarou.
“O que eu quero? Carro bonito?”, ele questiona, ressaltando que mora numa boa casa e vive das muitas conquistas econômicas que teve na sua vida empresarial e também atuando como advogado. “Pouca gente sabe que eu fui um dos maiores construtores do estado. Fiz vários conjuntos habitacionais, fui advogado de sucesso. Eu tenho uma vida aberta. Eu fiz de próprio punho um oficio para a Receita Federal e pedi para que me investigassem. Passaram dois anos me investigando – a mim, minha querida Tarcila (esposa já falecida), e meus três filhos. Eu vou levar para o túmulo o respeito e a honra que meus pais me deram”, afirmou Amazonino, gestor que já teve todas as suas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), inclusive a de 2018, o mandato suplementar de pouco mais de um ano, e conta, também, com as certidões negativas da Justiça, em todas as instâncias, que o tornam apto a concorrer na eleição, sem qualquer condenação e como candidato “ficha limpa”. Ele concorre à Prefeitura, tendo como candidato a vice o presidente do PODEMOS no estado, o deputado estadual Wilker Barreto.
Criador da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Amazonino Mendes destacou na entrevista que sua maior bandeira na eleição deste ano será a restauração da cidade de Manaus que, segundo ele, precisa ser “mais humana e respeitada”.
“O povo tem de encontrar mais aconchego numa casa de saúde. Não pode acordar 3 horas da manhã, passar uma hora numa parada exposta, sem cobertura, para esperar um ônibus que não sabe nem se vem, e depois ir como sardinha em lata, torcendo para não chegar atrasado ao trabalho. Isso não é vida. É inferno. O que cabe a um governante? Tirar você do inferno. Essa é a bandeira”, declarou Amazonino.
Inspirado no ex-presidente Juscelino Kubitschek, idealizador de Brasília, capital federal, Amazonino Mendes reiterou que Manaus precisa de um projeto moderno, eficaz, e que atenda realmente aos anseios da população, como o BRT (Bus Rapid Transit).
“BRT é um velho sonho de Manaus. São Paulo conseguiu fazer o BRT, que eu achava impossível. Mas fez. Lá atrás, a gente ia buscar experiência, caminho, inspiração, em Curitiba. E houve uma época que íamos ver em Bogotá (Colômbia). Cheguei a ver tudo isso e elaborar um projeto. O BRT é simples e compreende um anel circundante e uma série de raios, com ônibus alimentadores. Nessa área de mobilidade urbana, transporte, temos de fazer um projeto novo e eficaz para Manaus. Temos de ir buscar dinheiro, onde tiver”, comentou o ex-governador, reiterando que é preciso ter espírito mudancista e revolucionário para realizar obras eficazes na capital. “Nós temos de meter os peitos. Acreditar e fazer. Vamos fazer o projeto. Tem várias modalidades, vamos ver o que é melhor tecnicamente, e vamos atacar, trabalhar, suar, arregaçar as mangas”.
Amazonino também comentou sobre as denúncias envolvendo suspeita de corrupção na área da saúde. “É super criminoso roubar dinheiro da saúde pública. É covardia”, ressaltou. “Só o ato de se apropriar indevidamente do recurso público, já é condenável. Assaltam, roubam, destroem, e apostam na mentira”, reforçou.
Questionado sobre o rumo da eleição diante da suspeita de segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus na capital, Amazonino ressaltou os cuidados que os candidatos devem observar com a saúde do próximo. “Lamentavelmente, recrudesceu e está assombrando muita gente (a Covid-19). Para mim, é a pior coisa do mundo: contrair isso e passar para alguém. Campanha exigiria (numa situação normal) a minha presença física, abraçando, apertando e tal. Já tem candidato com Covid. Deputado federal com Covid. E assim vai. Meu medo não é tanto comigo. E quantas pessoas eu vou abraçar? E se eu contrair, vou transmitir…”, comentou Amazonino Mendes, alertando para os cuidados adicionais que todos (inclusive os candidatos) devem ter por conta da pandemia.
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