Diante do aumento no número de casos de Covid-19 e, ao mesmo tempo, na demanda por sepultamentos, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, propôs ao governador do Estado, Wilson Lima, decretar lockdown na capital, por um período mínimo de duas semanas. A declaração foi dada nesta segunda-feira, 28/9, como alternativa para conter o avanço do novo coronavírus e uma possível segunda onda de casos.
Segundo Virgílio, o município não detém força policial para fazer valer as medidas e, por isso, sugeriu uma parceria com o governo do Estado. “Propus ao governador que façamos juntos. Pode parecer desagradável, mas estou preocupado em salvar vidas. Sou a favor do lockdown por entender que isso pode, realmente, acabar de vez com essa ameaça de segunda onda, que seria catastrófica”, defendeu.
Dados da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), gestora dos cemitérios públicos de Manaus, mostram que durante o mês de agosto foram 77 mortes por Covid-19, de 867 sepultamentos e cremações realizadas; enquanto até o dia 27 deste mês de setembro já são 81, de 795 registros. “Isso sem considerar as mortes por pneumonia, síndrome respiratória, que podem ser lidas como Covid-19. A subnotificação ainda é um problema sério para termos a real noção da doença na nossa cidade”, considerou Arthur.
Para o prefeito de Manaus, é preciso crer na ciência, fonte que ele considera importante para que governantes tomem as decisões necessárias, para conter o avanço da Covid-19. Arthur citou uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que indica a chegada da segunda onda da pandemia na cidade. “Não posso dizer que já há uma segunda onda, mas confio na Fiocruz. Não sou cientista, não posso asseverar cientificamente, mas eu temo essa segunda onda”, alertou.
Recentemente, o prefeito reforçou medidas de prevenção, para evitar aglomerações, como o fechamento da praia do complexo turístico Ponta Negra, e a intensificação de fiscalizações sanitárias junto ao comércio, além das medidas de distanciamento social, que já haviam sido adotadas desde o início da pandemia, como o teletrabalho para grande parte dos servidores municipais, fechamento de parques, espaços culturais e de lazer, geridos pelo município, suspensão das aulas presenciais nas escolas da prefeitura, entre outras.