No mês que marca um ano da morte do apresentador, família e amigos divulgam a campanha “Gugu Vive” para incentivar a doação de órgãos
Em 20 de novembro de 2019, Gugu Liberato sofreu uma queda em sua casa em Orlando, Estados Unidos. No dia seguinte, 21, a morte encefálica do apresentador foi confirmada e, seus órgãos, doados. Na época, o assunto ficou muito em voga e a taxa de doadores efetivos no Brasil cresceu 6,5%. Segundo o Dr. Paulo Pêgo, ex-presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a decisão da família Liberato e amigos foi decisiva para esta alta.
Para que essa taxa continue aumentando, a campanha Gugu Vive foi criada. Em entrevista exclusiva ao iG Gente , Esther Rocha , amiga íntima e assessora de Gugu, disse que a imagem do apresentador já foi usada para diversos fins e, agora, será usada novamente para algo também muito positivo.
“A imagem dele já foi usada para produto, para brinquedo, para programa de televisão e, agora, acho que o jeito mais coerente de usar a imagem do Gugu, do jeito que ele era e que ele foi a vida inteira, é usar para uma campanha como essa. Estamos confiantes de que isso dará resultados e nosso empenho é para que essa se torne uma campanha anual”, disse.
De acordo com dados da ABTO, cerca de 43% das famílias brasileiras não autorizam a doação de órgãos de pacientes com morte encefálica. O número, ainda baixo, reflete a falta de um diálogo sobre a morte, que é algo natural e inevitável.Continua após a publicidade
“A gente tem que aceitar, é a lei da vida (…) é uma realidade que tem que ser vivida, tem que aceitar, não tem outra opção”, afirma Esther, dizendo que a campanha, além fazer bem para outras pessoas que necessitam, pode servir como um conforto em um período tão doído para a família e amigos que perderam um ente querido.
A mãe de Gugu, dona Maria do Céu, inclusive, disse querer conhecer os paciente que receberam os órgãos de seu filho. Esther, no entanto, salienta que, haja vista a idade avançada de Maria do Céu, todos zelam pelo seu bem-estar e fortes emoções, por vezes, podem não ser recomendadas.
“Isso é muito complicado. Nos Estados Unidos, até tem alguns casos, se isso algum dia acontecer, ela vai realizar o sonho dela. Mas a gente tem muito cuidado com a dona Maria do Céu, ela tem 91 anos, então emoções muito fortes assim são desaconselhadas…”, explicou Esther.
Sobre as polêmicas que envolveram o nome de Gugu no último ano, a amiga e assessora do apresentador preferiu não se pronunciar sobre. “Nós que amamos o Gugu, que somos amigos, estamos focados nisso [na campanha]. É uma semana, um mês, muito dolorido. Nós temos três crianças [os filhos de Gugu] vindo ao Brasil para fazer algo pelo pai e eu acho que isso é importante. Nosso foco é a campanha do Gugu”, finalizou.