Quem já teve a doença não deve relaxar com os cuidados, pois pode vir a se infectar novamente. Além disso, é preciso ter cautela com remédios ‘preventivos’
Em meio a segunda onda de Covid-19 no Amazonas, quem já teve a doença ano passado precisa permanecer em atenção. Está comprovada a reinfecção pelo novo coronavírus segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), motivo pelo qual médicos alertam para os perigos de relaxamento dos cuidados preventivos após já ter tido Covid-19 uma primeira vez.
Um destes profissionais é o infectologista Marcelo Cordeiro, consultor do Sabin Medicina Diagnóstica em Manaus. “Já sabemos [médicos] que as pessoas, uma vez infectadas pela Covid-19 podem vir a adoecer novamente. Não temos como dizer ainda quão comum é isso, mas acontece. E, quando a pessoa adoece, ela ganha a capacidade de transmitir o coronavírus outra vez”, explica o especialista.
No Brasil, estados como São Paulo, Bahia e Rio Grande do Norte já confirmaram casos de reinfecção pelo novo coronavírus. Outros ainda estão em investigação, dentre eles, Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina. No Amazonas, a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) divulgou o primeiro caso confirmado de reinfecção na última quarta-feira (13). Foi de uma mulher de 29 anos. Ela foi diagnosticada pela primeira vez com a Covid-19 em 24 de março de 2020. O segundo resultado foi diagnosticado no dia 30 de dezembro, com a nova variante da Covid-19.
Mutações do vírus
Os especialistas em saúde alertam também para as chamadas ‘variantes’ do SARS-CoV-2, ou seja, mutações que podem surgir do novo coronavírus. No Amazonas, por exemplo, já há confirmação de ao menos 11 ‘subtipos’ de SARS-CoV-2, segundo dados da Fiocruz.
“Não sabemos se há novos vírus circulando e se as mutações continuam a correr. O que temos é a descrição dessas variações em alguns países, inclusive no Brasil. Portanto, ainda não temos como avaliar o impacto dessas variantes na dinâmica atual da pandemia, e se tornam os casos mais graves ou mais transmissíveis”, afirma o doutor Marcelo Cordeiro.
Com tantas incertezas, o infectologista reforça a importância de continuar com a total atenção para com a doença, em especial nas medidas utilizadas para barrar as transmissões.
Prevenção
Para diminuir a infecção por Covid-19, o consultor do Sabin reforça os cuidados já conhecidos, como utilização de máscaras, a constante higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel e distanciamento social. “Como a reinfecção é uma possibilidade, é importante que todos tenham esses cuidados, não importando se já teve ou não a doença. Desta forma, podemos evitar que o vírus se espalhe”, afirma Marcelo Cordeiro.
Ele também alerta para os riscos de automedicação como medida de prevenção ao coronavírus, já que métodos de profilaxia (tomar remédios para evitar o patógeno) não são comprovados contra a Covid-19.
“O uso de antibióticos como forma de prevenção à Covid-19, como a Azitromicina, por exemplo, é completamente contraindicado. Além de não ter nenhuma ação para evitar a doença, o uso indiscriminado pode trazer consequências graves, como a seleção de bactérias resistentes ao medicamento. Isso pode ser um problema para a pessoa no futuro, caso venha a ter uma amigdalite ou uma pneumonia, por exemplo”, explica o médico.
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Fonte: Assessoria de Comunicação do Governo do Estado do Amazonas