O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou hoje, em entrevista à “GloboNews”, que mais de 320 profissionais de saúde estão desfalcando atualmente a rede municipal devido a infecção pelo coronavírus.
São pelo menos 120 médicos e 200 enfermeiros a menos nas unidades da cidade. A capital e o estado do Amazonas vivem uma situação de colapso, com hospitais sofrendo com a falta de cilindros de oxigênio para manter a respiração de pacientes que necessitam de intubação.
Apesar do caos na rede pública de saúde, Almeida afirmou que nenhum serviço “sofreu descontinuidade ou interrompeu o atendimento” e anunciou que está em negociações com uma empresa alemã para iniciar a produção própria de insumos, em especial o oxigênio —fundamental no tratamento de pessoas com covid-19.
O prefeitou tomou posse no último dia 1º de janeiro e, desde então, segundo ele, encontrou “os estoques de medicamentos quase zerados na cidade”. “Nos próximos dias devo ir a São Paulo para negociar com fornecedores a compra de medicamentos.”
Almeida responsabiliza a gestão anterior pela ineficiência da rede pública na resposta ao colapso da rede de saúde. Segundo ele, o antecessor gastou muito mais com propaganda (R$ 225 milhões) do que medicamentos (R$ 42 milhões). “Tudo isso é consequência daquilo que se plantou durante anos na nossa cidade.”
“Manaus é a cidade que tem a menor cobertura de atenção básica. Eu herdei isso e vamos corrigir isso. Mas não é em uma semana que se corrige isso.”
“Tivemos o menor tempo em toda a época das eleições para fazer a transição. E os dados transição eram muito incipientes, muito tímidos. Tínhamos um ditado aqui que era ter que trocar o pneu do carro com o carro andando. Mesmo assim todos os serviços foram mantidos.”
FONTE: UOL