Está previsto para chegar a Manaus, nesta segunda-feira (18/01), um total de 107 mil m³ de oxigênio doados pelo governo do estado venezuelano de Bolívar. As carretas, cada uma transportando cerca de 25 mil metros cúbicos, atravessaram a fronteira do Brasil com a Venezuela na tarde deste domingo (17/01).
O governador do Amazonas, Wilson Lima, entrou em contato com o governador de Roraima, Antonio Denarium, para dar o apoio necessário na passagem do carregamento pelo estado vizinho.
“Esta é uma das cargas significativas de oxigênio chegando aqui no estado do Amazonas. Deve chegar até terça-feira vindo do Distrito de Bolívar, na Venezuela, e é uma doação que está sendo feita pelo governador daquele estado, que também está vindo ao Amazonas para fazer essa entrega aqui. Isso vai contribuir significativamente para que haja uma estabilidade na nossa rede hospitalar, tanto na capital quanto no interior”, afirmou o governador Wilson Lima.
Hoje, o consumo diário no Amazonas é de 76.000m³ e a doação espontânea do estado de Bolívar vai ajudar a atender essa demanda. A capacidade de entrega das empresas tem sido somente de 28.200 m³/dia e o déficit é de 48.300m³/dia.
Desde que soube da incapacidade da White Martins, fornecedora do Estado, em atender o aumento da demanda, o Governo do Estado, em parceria com o Governo Federal, iniciou uma força-tarefa para assegurar a vinda do produto de outros estados, buscando alternativas logísticas para o transporte do insumo, que requer condições especiais.
Abastecimento – O Governo do Amazonas está recebendo, em média, quatro voos diários da Força Aérea Brasileira (FAB) com oxigênio líquido para abastecer as unidades de saúde do Estado. Cada aeronave tem capacidade para transportar até cinco mil metros cúbicos do insumo, e o envio do material faz parte da ação integrada entre Governo do Estado, FAB e Ministério da Saúde, para reforçar o abastecimento da rede de hospitais.
Os insumos estão sendo transportados pelas aeronaves KC 390 e C 130, com grande capacidade para transportar cargas e pessoal. O transporte por linhas comerciais é limitado devido à peculiaridade do oxigênio gasoso, que é altamente inflamável. Por isso, são transportadas até 200 balas de oxigênio, o equivalente a dois mil metros cúbicos, por viagem.
Transporte fluvial – A mobilização para o transporte de novas cargas de oxigênio também acontece por via fluvial. Com plantas em diversas cidades do país, a White Martins, fornecedora contratada pelo Estado, tem enviado cargas até Belém, de onde é feito o transporte até Manaus por meio de balsas. De Belém, todos os dias, sai uma balsa para suprir a demanda de Manaus.
As balsas aportam na capital amazonense trazendo caminhões com capacidade para transportar 9 mil e 25 mil metros cúbicos de oxigênio. Para agilizar a distribuição dos insumos, parte do carregamento desembarca e já percorre toda a rede de saúde da capital para abastecimento. Parte desse carregamento é levada à sede da empresa em Manaus, onde é feito todo o processo de engarrafamento do oxigênio e, posteriormente, distribuída também para o interior do Amazonas.