Lionel Messi e Barcelona vão entrar com uma ação judicial contra o jornal espanhol El Mundo, que divulgou neste domingo (31) detalhes do contrato recorde do atacante com o clube catalão.
O diário divulgou documentos relativos ao acordo de quatro anos assinado em 2017, com a descrição dos 555 milhões de euros (cerca de R$ 3,6 milhões) que o argentino receberia caso atingisse todas os gatilhos estipulados com metas. A reportagem afirma este é o maior contrato já assinado por um atleta.
Fontes confirmaram à que Messi tomará medidas contra o El Mundo e qualquer funcionário do Barcelona que possa estar envolvido no vazamento do contrato.
Há apenas quatro exemplares do documento: Messi tem um, o clube tem outro, La Liga tem um exemplar e também o Cuatrecasas, o escritório de advocacia que representa o argentino.
O Barcelona, por sua vez, respondeu negando qualquer envolvimento no vazamento do contrato, e disse que também tomaria “ações legais cabíveis” contra o jornal.
“Perante a informação publicada pelo jornal El Mundo, em relação ao contrato profissional celebrado entre o Barcelona e o jogador Lionel Messi, o clube lamenta a sua publicação por se tratar de um documento privado regido pelo princípio da confidencialidade entre as partes”, apontou o clube em comunicado oficial.
“O Barcelona nega categoricamente qualquer responsabilidade pela publicação deste documento e tomará as medidas legais cabíveis contra o jornal El Mundo, por qualquer dano que possa ser causado em decorrência desta publicação”.
“O Barcelona expressa o seu apoio absoluto a Lionel Messi, especialmente perante qualquer tentativa de desacreditar a sua imagem e de prejudicar a sua relação com a entidade onde trabalhou para se tornar o melhor jogador do mundo e da história do futebol.”
De acordo com o El Mundo, Messi receberia um máximo de 555.237.619 de euros ao longo de quatro temporadas, caso uma série de metas fossem atingidas.
Incluindo os direitos de imagem, o documento explica que Messi recebeu luvas de 115 milhões de euros (R$ 762 milhões) pela renovação contratual, além de outro pagamento de 77 milhões de euros (R$ 510 milhões) em um bônus de fidelidade que foi pago em duas parcelas, conforme revelado pela impresa em novembro.
Messi recebe cerca de 72 milhões de euros (R$ 477 milhões) anualmente, além mais outros gatilhos por jogar mais de 60% dos jogos ao longo da temporada, avanços na Uefa Champions League, conquistar LaLiga ou a Copa do Rei, além de receber o The Best da Fifa.
Vários desses acréscimos por desempenho não foram cumpridos, e também deve ser notado que o jogador aceitou um corte salarial quando a pandemia do coronavírus afetou o futebol, a partir de março de 2020.
Portanto, o argentino não ganhará todos os 555 milhões de euros possíveis no contrato, que expira em 30 de junho.
O futuro de Messi, inclusive, permanece desconhecido. Ele tentou deixar o clube após o fim da última temporada, mas sua saída foi barrada por Josep Maria Bartomeu, ex-presidente do clube.
Em uma entrevista recente, ele explicou que ainda não tomou uma decisão sobre seu futuro e decidirá seu próximo passo quando a temporada terminar.
Desde que o argentino pressionou para sair, Bartomeu deixou Camp Nou e um novo presidente será eleito em 7 de março. Todos os três candidatos à presidência (Joan Laporta, Victor Font e Toni Friexa) expressaram o desejo de manter Messi no clube.
No entanto, as negociações sobre um novo acordo não poderão começar até março, e os novos termos terão que corresponder à nova posição financeira do clube. As contas anuais do Barcelona, datadas de agosto de 2020, revelaram no início deste mês que a dívida bruta aumentou para quase 1,2 bilhão de euros (cerca de R$ 8 bilhões).