As ações da Prefeitura de Manaus para combater a gravidez na adolescência resultaram em queda no índice de casos na capital amazonense em 2020. Os registros do Núcleo de Saúde da Criança e do Adolescente, da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), indicam um percentual de 17,25%, o que confirma uma tendência de decréscimo nos últimos quatro anos. Em 2017 o percentual foi de 19,2%; em 2018, 18,5% e em 2019, 17,76%.
“Sabemos que ainda estamos um pouco distantes das metas dos países desenvolvidos, que é 15%, mas estamos trabalhando nessa direção, essa é a orientação do prefeito David Almeida. Este ano, em razão da pandemia, muitas atividades precisaram ser suspensas, como medida de proteção. Mas estamos buscando alternativas para que as ações educativas, preventivas e de conscientização cheguem às adolescentes de Manaus”, esclarece a secretária municipal de Saúde, interina, Aline Martins.
O relatório do Fundo de População da ONU (Unfpa), divulgado em 2020, indica que a taxa de fecundidade no Brasil, entre meninas de 15 a 19 anos, é de 62 a cada mil bebês nascidos vivos, acima da média mundial, que é de 44 a cada mil. Ao ano, mais de 430 mil bebês nascem de mães adolescentes no país.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a gravidez precoce é aquela que ocorre em meninas e adolescentes. A partir da puberdade, começa o processo de alterações físicas que fazem da adolescente uma mulher com capacidade para a reprodução sexual. Não significa, porém, que a menina esteja preparada para ser mãe.
Desde 2019, o município passou a realizar, no mês de fevereiro, a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência e a Semana de Conscientização e Prevenção da Gravidez na Adolescência, com ações de medidas preventivas e educativas voltadas para as adolescentes, família e toda a comunidade.
Segundo a enfermeira Ivone Amazonas, chefe do Núcleo de Saúde da Criança e Adolescente, Semsa, a Caderneta de Saúde do Adolescente é um dos instrumentos que acompanham na íntegra todo o histórico dos jovens, juntamente com os grupos de atenção que existem nos distritos de saúde do órgão, em todas as zonas da cidade.
“O documento principal é a Caderneta de Saúde, mas além dele temos um outro ponto muito importante, que foi criado nos distritos, que são os grupos de adolescentes, que vêm sendo trabalhados nas unidades de saúde, junto com a equipe de gestão, em rodas de conversa. Em decorrência da pandemia, tivemos que suspender essa atividade e as adolescentes estão em casa, mas todas com as orientações de prevenção”, destaca a enfermeira.
Ivone disse ainda que um dos projetos que mais contribuíram para essa redução é o Programa Saúde na Escola (PSE), do governo federal, que reúne o tripé saúde, educação e assistência social, possibilitando o acesso a um número maior de adolescentes, além de oferecer um acompanhamento mais completo a esse público.
“O PSE nos permite ter a parceria com a educação, colocando quatro ações importantíssimas que fortalecem o trabalho dos profissionais de saúde e educação nesse contexto da redução da gravidez na adolescência, como o crescimento e desenvolvimento e a saúde sexual e reprodutiva desses jovens. O futuro desses jovens depende desse acompanhamento”, conclui Ivone.