PARINTINS, AM – Parte da obra do muro de Arrimo de Parintins (a 325 quilômetros de Manaus), no trecho próximo ao bar Buteco do Verçosa e praça do Comunas, desabou na tarde desta quarta-feira (31/3), por causa da cheia do Rio Amazonas.
O local do muro de contenção é um dos mais críticos, segundo especialistas que desenvolveram estudos sobre a erosão da frente de Parintins. O espaço é bastante frequentado por turistas.
O muro de arrimo estava em obras, mesmo no período da enchente do rio. O serviço estava sendo executado pela empresa Paris Engenharia, resultado de convênio entre Prefeitura e Governo do Estado no valor de R$ 2,3 milhões.
No fim da tarde, engenheiros da Prefeitura estiveram vistoriando o local, para analisar novos riscos de desmoronamentos.
Especialistas que desenvolveram estudos sobre a orla de Parintins vinham alertanto sobre os riscos de desmoronamento da área. Em 2016, o secretário adjunto da Defesa Civil do Amazonas, Hermogenes Rabelo, disse que foram encontrados ‘in loco’ pontos agravantes com infiltração e desestabilização do solo.
O geógrafo Camilo Ramos, doutor em Geografia Física pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que estuda o fenômeno, também comentou, à época, sobre desprendimentos de blocos maciços sob a forma de prismas colunares, que provocavam as terras caídas.
Em estudo mais recente, do ano de 2017, o geógrafo amazonense e professor da UFAM, Rildo Oliveira Marques descobriu a existência de enormes buracos em frente a orla da cidade de Parintins que mediria, em sua densidade, entre 85m a 98 metros de profundidade.
Esses buracos estariam situados, aproximadamente, entre a região côncava do bar buteco do Verçosa, localizado na praça do Comunas, até a orla do bairro de Santa Clara, segundo levantamento do pesquisador.