Há 41 unidades federais de proteção integral na Amazônia. Nelas, é proibido realizar qualquer atividade econômica, até mesmo o plantio de novas espécies. Mas apenas dez, menos de um quarto do total, não são alvo de pedidos formais de “atividade minerária”. O Intercept se debruçou sobre os pedidos de autorização feitos na Agência Nacional de Mineração, a ANM. E encontrou 441 requerimentos para escavar regiões que deveriam ser intocadas.
Há muitos políticos interessados em minerar em áreas da Amazônia onde hoje é proibido – que significa mais pressão para mudar o status das UCs protegidas. É o caso do ex-governador do Amazonas,ex-prefeito de Manaus e ex-senador Amazonino Mendes.
Após perder, ano passado, a disputa pelo quarto mandato como governador, Amazonino, um defensor da devastação da floresta que já chegou a dizer que “distribuiria motosserras” a quem quisesse desmatá-la, agora sonha em perfurá-la em busca de minérios.
Ele é sócio da SMD Recursos Naturais Ltda, responsável por dois pedidos de pesquisa de minério de ferro no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá. Seu sócio na empresa, por sinal, é o ex-vice-governador e ex-secretário Samuel Assayag Hanan – que, hoje, ocupa uma vaga no Conselho de Administração da Companhia de Gás do Estado, a Cigás, por indicação de Amazonino.