A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou nesta sexta-feira (28) o uso da vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech para menores entre 12 e 15 anos, tornando-se o primeiro imunizante a ser autorizado para adolescentes nos 27 países da União Europeia.
A vacina é “bem tolerada” pelos jovens e não há “grandes preocupações” sobre os possíveis efeitos colaterais, de acordo com Marco Cavaleri, chefe de estratégia de vacinas da EMA.
Esta autorização representa um avanço na estratégia europeia de vacinação. A Alemanha anunciou na quinta-feira (27) a sua intenção de abrir em 7 de junho a vacinação contra a Covid-19 para menores acima de 12 anos.
A vacina já é amplamente utilizada para essa faixa etária nos Estados Unidos e no Canadá. “Como esperado, o Comitê de Medicamentos para Uso Humano da EMA aprovou hoje o uso da vacina da Pfizer/BioNTech para adolescentes de 12 a 15 anos de idade”, comemorou Cavaleri.
A Comissária Europeia da Saúde, Stella Kyriakides, felicitou pelo Twitter a autorização do imunizante da Pfizer para os jovens, salientando que a vacinação continua a ser uma escolha que deve ser feita “pelos pais para os seus filhos”.
Eficácia comprovada em testes
Com sede em Amsterdã, na Holanda, a EMA lançou no início de maio uma avaliação acelerada dos dados transmitidos pelos desenvolvedores de vacinas para a autorização na faixa etária entre 12 e 15 anos, após o pedido ter sido protocolado, no final de abril, pela gigante farmacêutica americana Pfizer e pelo laboratório alemão BioNTech.
O estudo Pfizer/BioNTech contou com a participação de 2.260 adolescentes e concluiu que nenhum dos 1.005 jovens que receberam a vacina desenvolveu Covid-19, enquanto 16 das 978 crianças que receberam uma injeção de placebo contraíram o vírus, relatou o órgão regulador.
A empresa americana de biotecnologia Moderna também anunciou esta semana que sua vacina, usando a mesma técnica de RNA da Pfizer/BioNTec, era “altamente eficaz” em adolescentes de 12 a 17 anos, de acordo com resultados de testes clínicos abrangentes.
O chefe da Moderna, Stéphane Bancel, anunciou ao semanário francês Le Journal du dimanche que sua empresa apresentaria, “no início de junho”, um pedido de autorização de comercialização na União Europeia para sua vacina anticovid para esse grupo.
Efeitos colaterais raros
Casos muito raros de problemas cardíacos em adolescentes ou jovens adultos vacinados foram relatados na semana passada pelas autoridades de saúde dos Estados Unidos, sem que a relação com a vacinação tenha sido estabelecida, até o momento.
Houve relatos de miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco, em pessoas que receberam uma vacina de RNA mensageiro, observou o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), a principal agência federal de saúde pública do país.
Quando questionado, o regulador europeu disse que estava “examinando” o problema, mas até agora “nada indica” que sejam reações relacionadas à vacina.
Meta de longo prazo
A pandemia de Covid-19 não poderá ser superada antes que pelo menos 70% da população esteja vacinada, advertiu nesta sexta-feira o diretor para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A pandemia terminará quando atingirmos a cobertura mínima de 70% de vacinação”, afirmou Hans Kluge, lamentando que o percentual de pessoas imunizadas ainda é “muito baixo” na Europa.
(Com informações da AFP)