PRÉVIAS PRESIDENCIAIS
“O PSDB tem todas as condições para a furar a polarização Lula x Bolsonaro nas eleições presidenciais, desde que faça uma campanha forte e unida, escolhendo nas prévias o nome que motivar mais”. A opinião é do presidente do PSDB-AM, ex-senador e ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. “Aquele que vencer as prévias tem que ser claramente apoiado por todos. Esse é o caminho que o partido deve seguir. Aqueles que perderem, que recolham sua a ambição”, afirmou Virgílio, em extensa entrevista publicada no Valor Econômico, nesta quarta-feira (14.07).
Virgílio, que é um dos quatro pré-candidatos às prévias partidárias, que serão disputadas em novembro deste ano – juntamente com os governadores de São Paulo, João Dória, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, além do senador do Ceará, Tasso Jereissati – destacou que não está preocupado se será escolhido como o candidato do partido à presidência da República e que está mais interessado em consolidar as prévias como o método de escolha partidária a partir de agora. Ele foi um dos primeiros defensores da realização das eleições internas, ainda em 2018.
As prévias partidárias terão quatro grupos de votação, cada um representando 25% dos votos. Um deles é o voto dos filiados, que poderá dar vantagem ao governador de São Paulo, João Dória, uma vez que o Estado tem o maior nome de filiados. “Mas ainda temos os votos de deputados, senadores, governadores, prefeitos e vereadores. É preciso pensar em quem motiva mais. Quem é capaz de angariar votos também para as vagas do Legislativo e que possa ampliar a bancada do PSDB”, pontuou Arthur.
Na opinião de Virgílio, o governador do Rio Grande do Sul é um excelente motivador, mas todos os demais candidatos têm méritos para se tornar o nome do partido. “O Eduardo motiva bem; eu não me acho um mau motivador; o Tasso é a melhor figura hoje no Senado; e eu tenho respeito pelo governador João Doria, ele é o ‘cara da vacina’ mas, às vezes, há um descompasso entre o trabalho que ele faz e a própria aceitação dele em São Paulo”, avaliou.
Arthur também advertiu que todo e qualquer pretenso candidato da chamada terceira via, inclusive o nome do PSDB, deve estar disposto a renunciar a cabeça de chapa nas eleições presidenciais, em nome da construção dessa candidatura para fazer frente à polarização. Na avaliação dele, o PSDB deve trabalhar arduamente para que o nome escolhido nas prévias alcance o apoio dos demais partidos e, também, os dois dígitos nas pesquisas eleitorais. “Aí lançamos o candidato e saímos com a experiência de que ele poderá se eleger, ou não. Isso é da democracia”, defendeu.