O espaço abriga a Pinacoteca do Estado e os museus de Numismática, Tiradentes, da Imagem e do Som e de Arqueologia
O Palacete Provincial, no Centro de Manaus, abriu as portas nesta quinta-feira (15/07) para visitação turística. A partir de agora, o equipamento cultural vai receber o público de terça-feira a sábado, das 9h às 17h, com agendamento pelo Portal da Cultura (cultura.am.gov.br). O acesso é gratuito.
No local, o público pode conhecer a Pinacoteca do Estado e os museus de Numismática, Tiradentes, da Imagem e do Som e de Arqueologia. O tempo de permanência em cada etapa é de dez minutos.
A entrada dos visitantes acontece pela praça Heliodoro Balbi e o roteiro começa pelo andar superior, no Museu de Arqueologia, que traz artefatos indígenas, urnas funerárias restauradas e pedras lapidadas. Segundo a guia Kamilla Pereira, as principais urnas vieram do município de Urucurituba, na década de 80, período em que também foram encontrados fragmentos cerâmicos na praia da Ponta Negra, em Manaus, atualmente em exposição no espaço.
Outro ponto de destaque é para a Estatueta Antropozoormorfa, cedida ao Museu pelo Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA).
A próxima parada fica no Museu Tiradentes, que abriga a história da corporação militar do Amazonas em dois salões, com armaduras da coleção particular de Adolpho Lisboa, modelos antigos de armas, piso original que representa o Encontro das Águas e registros históricos, desde 1830, apresentados em murais ao longo da mostra. O Palacete Provincial foi sede do Comando Geral da Polícia Militar e uma cela também foi reproduzida no percurso da visita.
No Museu de Numismática Bernardo Ramos, que tem mais de 35 mil peças, o acervo traz moedas, medalhas, cédulas, condecorações, selos, cartões-postais, fichas telefônicas, quadros, máquinas registradoras, máquinas de somar, fotografias, documentos e uma biblioteca especializada.
Entre as curiosidades está a segunda menor moeda do mundo, que, conforme Kamilla Pereira, pertenceu à Rainha Vitória, da Inglaterra, entre 1831 e 1901.
“A moeda não circulou porque, na época, funcionava na base do escambo, então o acesso era para colecionadores e pessoas mais ricas”, afirma a guia. “Os museus Numismática e Tiradentes são os que mais despertam interesse do público durante as visitas”.
Galeria de Artes – No andar inferior está a Pinacoteca do Estado do Amazonas, que, em 2018, ganhou nova organização em sequência cronológica e com a curadoria do artista plástico Óscar Ramos. A disposição das peças tem a proposta de nortear, de forma didática, estudantes, pesquisadores e público em geral, são obras de diversos artistas do século 19, dos anos 50, do Clube da Madrugada, entre eles, Hahnemann Bacelar, importante figura da arte visual amazônica, além de nomes contemporâneos do segmento.
A maior obra da Pinacoteca tem a assinatura de Antônio Parreiras, com “Tormento de 1903”.
“A peça compõe uma série de três quadros e as outras duas obras estão em exposição na Pinacoteca de São Paulo”, destaca Kamilla Pereira. “Temos também uma peça internacional, que é uma pintura de Dom Pedro II. Não tem uma data exata de quando foi produzida, mas antes de chegar no nosso Estado, ficou em exposição em Paris”.
Misam – Já o Museu da Imagem e do Som do Amazonas (Misam) é dividido em três exposições permanentes, com máquinas fotográficas de 1800 a 2002, objetos originais do cinema Guarany, como o projetor movido a carvão, que veio da França em 1900, e uma placa do camarote.
“Outra curiosidade é a câmera lambe-lambe, que veio da Inglaterra. Ela é de 1888 e funcionava à base de pólvora”, conta a guia.
Livros, catálogos, jornais e revistas, partituras musicais, cartazes institucionais, impressos e manuscritos compõem o acervo bibliográfico enquanto o de audiovisuais e multimídia contam com filmes e documentários em DVD, Blu-Ray, fitas de vídeo e película, música em CD, discos de vinil, fitas cassete, DVD e fitas de vídeo.
Lançamento – A exposição “Na Sintonia do Rádio”, na sala José Bernardo Michiles, a antropóloga e diretora teatral Nonata Silva, que também é artista visual, contempla três recortes específicos que destacam a invenção, as primeiras transmissões, rádios antigos, as radionovelas e toda a diversidade de timbres e sons das rádios locais.
O projeto foi contemplado no edital Prêmio Feliciano Lana, que faz parte das ações emergenciais da Lei nº 14.017/2020, conhecida como Lei Aldir Blanc, operacionalizada no Estado através do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
A mostra apresenta instalações interativas, memorial e equipamentos históricos que produzem significados na interpretação e construção de sentidos a partir de uma linha do tempo. São três espaços que vão contemplar desde quando o rádio surgiu no mundo, com modelos raríssimos das décadas de 1940, 1950, 1960, até chegar ao Amazonas, com a história de locutores.
Protocolos – As visitas acontecem com dez pessoas por horário, para atender aos protocolos de segurança em prevenção à Covid-19. No local é exigido o uso de máscara, medição da temperatura e distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas. Também fica proibido o contato físico com elementos dos espaços, como colunas, paredes, vitrines expositoras, esculturas, pinturas, demarcadores, portas e maçanetas.