A Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), reabriu na segunda-feira, 9/8, para visitação agendada, um dos maiores acervos de artes visuais do Amazonas, o Centro Cultural Óscar Ramos, casas 69 e 77 da icônica rua Bernardo Ramos, Centro Histórico, desde que foi fechado por causa da pandemia da Covid-19, em março de 2020. O agendamento pode ser feito pelo site www.vivamanaus.com.br.
Para o presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, a reabertura dos espaços de arte são ações fundamentais para o retorno das atividades educacionais, artísticas e turísticas do município.
“Estamos reabrindo gradativamente os nossos espaços culturais, por determinação do prefeito David Almeida, que tem uma gestão comprometida com a arte, a cultura e a educação, por isso realizamos a reabertura da biblioteca pública municipal João Bosco Pantoja Evangelista, e, recentemente, abrimos as portas do Centro Cultural Óscar Ramos, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária contra a Covid-19, e com agendamento de visitação” explica Oliveira.
O presidente do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Tenório Telles, disse que a reabertura da casa de artes é dedicada à memória e à obra de Óscar Ramos. “É uma oportunidade de encontro e diálogo com a criação e o pensamento de um dos artistas mais criativos de nossa terra”, enfatizou.
Na reabertura, três amigas, as estudantes do 5º.ano de Turismo Ellen Sousa, 26; Jhenifer Oliveira, 22; e Sarah Araújo, 22, que coincidentemente haviam tentado visitar a galeria quando fechou por conta da pandemia, retornaram através de agendamento pelo site.
As três amigas estudantes conheceram a história do grande artista visual amazonense reconhecido nacionalmente Óscar Ramos e o acervo de quadros de artistas amazonenses que ele conseguiu reunir quando foi primeiro curador, para construir a futura pinacoteca de Manaus.
“Ele é um artista nacional, trabalhou com artistas incríveis brasileiros e internacionais, uma referência muito bacana da nossa arte plástica”, afirmou Ellen Sousa, que é monitora de turismo no teatro Amazonas. Ela confessou que não conhecia a história de Óscar e muito menos da grande quantidade de artistas visuais amazonenses.
“Eu vim de uma classe baixa que não teve acesso à cultura local, só da externa. Foi o curso de Turismo que me trouxe até aqui, por isso recomendo a visita a todos os estudantes independentemente do curso para que conheçam a cultura local”, recomendou Ellen.
A barista e estudante de turismo, Jhenifer Oliveira, sempre achou a cultura local muito rica e lembra de uma professora que alertava para que antes de querer conhecer a cultura que vem de fora, se conhecesse primeiro a local para valorizar o que é nosso. “O que temos aqui é uma riqueza sem tamanho e o que muita gente não sabe é o quanto nossa cultura representa para o mundo”, afirma.
Desde sua fundação, em 24 de outubro de 2019, a casa de artes teve o registro de 799 pessoas no livro de visitantes, com uma média de 14 pessoas por dia.
Visita Guiada
A visita foi guiada pela artista visual Monik Ventillari, aluna e assistente de Óscar Ramos. “Poder visitar com alguém que conhecia ele foi uma coisa mais íntima, uma experiência única”, disse.
Para Ventillari, a reabertura das casas depois de um ano e meio fechadas é um momento muito importante para a cidade. “Começamos a ver o sol entre as nuvens. É a vida cultural, a arte amazonense sendo preservada e divulgada”, declara a artista que é atual gestora do espaço, dizendo que é uma responsabilidade muito grande o desafio de apresentar ao público a vida e trajetória de Óscar Ramos.
“É como se ele estivesse me ouvindo de algum lugar e eu não pudesse inventar ou falar alguma imprecisão sobre ele e suas obras”, conta relembrando o rigor e exigência do mestre.
— — —
Texto e fotos – Cristóvão Nonato / Concultura e Emanuelle Baires / Manauscult