A juíza da Central de Inquéritos, Lina Marie Cabral, confirmou em informações prestadas ao desembargador José Hamilton Saraiva que, segundo as informações constantes dos autos, Alejandro Valeiko foi agredido com coronhadas e que o engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos foi retirado com vida do condomínio Passaredo, na zona Oeste, horas antes de ser encontrado morto em um terreno baldio no bairro Tarumã. As informações da magistrada se basearam nas investigações da polícia que ainda permanecem em segredo de justiça e agora passam a integrar o processo em que a defesa pede a revogação da prisão preventiva de Alejandro.
No documento, a juíza descreve a dinâmica dos fatos que culminaram na morte do engenheiro. Em um dos trechos, ela cita o “susto” mal-sucedido e confirma que Alejandro Molina Valeiko foi ferido com duas coronhadas durante a ação de Elizeu da Paz de Souza e Mayc Vinícius Teixeira Parede.
“Por volta das 22h20, o veículo Corolla, conduzido por Elizeu e tendo Mayc como passageiro entraram no Condomínio, e no lapso desse horário até às 22h33 houve um “susto”, de acordo com as declarações apuradas fls. 2368 e 2372, e Alejandro foi ferido com 2 (duas coronhadas)”, diz uma parte do documento.
Cabral explica ainda que Elielton Magno foi ferido com dois golpes de facas enquanto Flávio sofreu um golpe de artes marciais. Em seguida, a juíza afirmou que o engenheiro foi levado até um terreno baldio, onde foi agredido e assassinado, indicando que o crime ocorreu fora do Condomínio Passaredo.
“Após o ocorrido, Elizeu e Mayc saíram daquele local, levando Flávio imobilizado. Sabe-se que, momentos depois, Flávio, vítima do fato, fora levado até um terreno baldio no bairro Tarumã, ocasião em que foi agredido e assassinado, consoante ficou demonstrado às fls 2386 e 2388”.
Segundo a juíza, o intuito do documento é prestar as “informações mais relevantes” acerca do caso e no que diz respeito ao HC de Alejandro Valeiko, que aguarda a decisão do Tribunal.
Defesa espera que pedido seja julgado antes do recesso
Os advogados de defesa esperam que o pedido do HC seja analisado pelo desembargador José Hamilton ainda este ano, antes do recesso. Segundo o advogado criminalista Diego Gonçalves, os pedidos da acusação sempre têm sido julgados com mais rapidez comparados aos da defesa, ferindo o princípio da isonomia.
“O pedido do novo Habeas Corpus contra a prisão preventiva foi novamente ajuizado e nós esperamos que haja mais celeridade nesse julgamento, para que tenhamos uma decisão antes do recesso. Infelizmente o pedido anterior contra a prisão temporária ,apesar de nossa insistência por celeridade, não foi julgado a tempo e acabou perdendo o objeto pela decretação da prisão preventiva, o que prejudica os direitos do nosso cliente. Mas confiamos que o Tribunal dará celeridade pela gravidade do caso.
As informações prestadas pela juíza foram enviadas ao desembargador José Hamilton, responsável em julgar o Habeas Corpus, nesta quinta-feira (12).