Com débito de R$ 16,3 milhões inscrito na dívida ativa da União, o jornal A Crítica tornou público neste sábado (04) as dificuldades para tentar se manter no mercado, como mídia tradicional, impressa.
Fez isso ao anunciar que deixará de circular às segundas-feiras.
A medida começa a vigorar a partir do dia 6 de setembro.
Assim, voltará a circular como fazia até o início dos anos 2000, quando começou a vender nesse dia da semana, ao ver o crescimento do jornal Diário do Amazonas.
O Diário do Amazonas forçou a decisão de A Crítica, porque cresceu às segundas vendendo o noticiário de esporte e os casos de polícia dos fins de semana.
Nesses anos, porém, o jornal fundado por Umberto Calderaro e hoje presidido por sua filha, Cristina Calderaro, já experimentava a queda de suas vendas e de seu poder no mercado.
Nesse período, o jornal que chegou a empregar mais de 100 pessoas em sua redação, entre repórteres, editores, diagramadores, revisores, digitadores, fotógrafos, iniciou um longo processo de demissão.
Hoje, a redação está esvaziada e há informação no mercado de que o prédio que sediou o maior jornal do Amazonas, em grande parte dos seus 72 anos de existência, já está negociado e deve se tornar um hospital.
O jornal deve se mudar para um local menor.
Mas ainda não há informação do destino que a empresa dará à sua gigante e ultrapassada máquina de imprimir jornais.
Explicação
Em comunicado ao mercado, A Crítica informou que a decisão de não circular mais às segundas foi em decorrência de mudanças no mercado e a conjuntura local, fortemente impactada pela pandemia do novo coronavírus.
No entanto, a marca A Crítica custou a perceber as mudanças ocorridas no modo de comunicação no mundo inteiro.
Esse modo que provocou um novo estilo de vida na sociedade teve como base o desenvolvimento de novas tecnologias e aceleração no noticiário.
O impresso ainda resiste, mas se encontrou em abordagens mais aprofundadas, que exigem profissionais mais experientes, com formação acadêmica mais ampla e, consequentemente, mais caros.
Contudo, esses profissionais, em A Crítica, foram os primeiros a ser demitidos, trocados por estagiários.
TV A Crítica
Além do jornal A Crítica, outra empresa da Rede Calderaro de Comunicação (RCC) também agoniza.
A TV A Crítica, hoje, tem um débito com a União de R$ 12,9 milhões.
Nota do Grupo A Crítica
Caro Leitor
Comunicamos que a partir do dia 06 de Setembro, os jornais impressos A Crítica e Manaus Hoje deixarão de circular às segundas-feiras. A partir dessa data, a Redação manterá sua rotina de trabalho, mas as notícias do fim de semana serão publicadas exclusivamente em nossos canais digitais, centralizados no site acritica.com.
A decisão de descontinuar a edição de segunda-feira foi tomada em virtude de mudanças no mercado de notícias e a conjuntura local, fortemente impactada pela pandemia do novo coronavírus.
Lembramos que os jornais impressos A Crítica e Manaus Hoje continuarão levando informação com credibilidade para a população do Amazonas de terça a sexta e também com uma super edição nos finais de semana.
As Redações do Grupo A Crítica continuam empenhadas em manter o compromisso de andar de mãos dadas com o povo, produzindo os conteúdos mais relevantes com responsabilidade e agilidade, através dos impressos e também por meio de novo portal de notícias, o acritica.com.
Agradecemos a sua confiança e reforçamos a nossa missão de criar produtos cada vez melhores para nossos leitores e internautas.
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