Com a vista do centro histórico do alto do 8º andar do antigo prédio da Receita Federal, na avenida Eduardo Ribeiro, no Centro, diretores da Prefeitura de Manaus, do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Amazonas, tiveram mais uma etapa de reunião sobre o projeto “Nosso Centro”, nesta quarta-feira, 8/9, avançando em ajustes das 38 intervenções previstas para o espaço.
As propostas de intervenção para a criação do futuro largo da Ilha de São Vicente, incluindo o Mirante da Ilha, e revitalizações de praças e vias, com resgate de elementos originais de pavimentação de calçadas e das ruas, arborização, acessibilidade, urbanismo tático, iluminação e incentivo à “caminhabilidade”, estão distribuídas em cinco etapas de execução com foco nos eixos comerciais, uso residencial, equipamentos comunitários, edificações, parques e praças.
“A equipe da Prefeitura de Manaus e o prefeito David Almeida estão de parabéns pela iniciativa, visão e entendimento, mais uma vez, que o centro histórico pode ser um ativo, transformador, de melhoria social, econômica e cultural na vida das pessoas. Especificamente quanto às intervenções apresentadas, o Iphan vai lançar um olhar nos projetos, que serão objeto de debate com os técnicos do Implurb, no sentido de analisar se as qualidades que estão salvaguardadas e que se prestam às pessoas do centro histórico foram preservadas e ainda como podem ser aprimoradas e ampliadas”, disse a superintendente do Iphan no Amazonas, arquiteta Karla Bitar.
Para a superintendente, o patrimônio deve ser olhado como herança, mas também como território que sempre foi utilizado e ressignificado a todo momento pelas pessoas: “A questão é casar essas necessidades contemporâneas com a valorização do patrimônio. O centro histórico tem uma infraestrutura fantástica, mas seu uso hoje é predominantemente comercial e de prestação de serviços. A habitação social, um dos pontos do programa, pode levar não só qualidade de vida aos que ali trabalham, mas realizar o sonho de se ir a pé para o trabalho, confirmando a vocação do espaço como território de uso misto”, completou Bitar.
Apresentando as intervenções e status das etapas em curso do “Nosso Centro”, o diretor de Planejamento Urbano (Dpla) do Implurb, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro, lembrou que a definição das intervenções foi anteriormente validada e aprovada com a participação de diversos entes públicos e privados, e de representantes da sociedade civil organizada, durante os trabalhos do anteprojeto do Plano Diretor do Centro.
“Buscamos a equação entre a função atual, na maioria das vezes de abandono ou subutilização, e a história dos bens patrimoniais, dando a eles nova dinâmica e roupagem social e econômica. É possível realizar revitalizações sustentáveis. É um trabalho estruturado, com cronograma e planejamento de tempo e recursos, que vai permitir criar uma sinalização muito forte da revitalização proposta”, explicou Cordeiro.
Os trabalhos do “Nosso Centro” são concentrados na Comissão Técnica para Implementação e Revitalização do Centro Histórico de Manaus, formada pela Secretaria Municipal de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef), Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), e Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), com coordenação do Implurb.
Junto ao Iphan, a Prefeitura de Manaus vem mantendo intenso alinhamento para a construção de um sistema de gestão compartilhada, que possa dar mais proatividade e auxiliar no destravamento burocrático, cada um na sua devida responsabilidade técnica e legal, respeitando as competências.
Palavra
A palavra patrimônio vem do latim patrimonium, na junção das palavras pater (pai) e monium (sufixo que indica condição, estado, ação). Nela entende-se a relação do termo com a ideia de herança, daquilo que era transmitido de geração para geração.
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Texto – Claudia do Valle / Implurb
Fotos – Divulgação / Implurb