Curso é realizado pela Fiocruz e SVS/MS até sexta-feira (26/11)
Segue até sexta-feira (26/11), o treinamento para avaliação da resistência do mosquito Anopheles, transmissor da malária, de inseticidas. O curso está sendo sediado na Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), em Manaus, e conta com 30 participantes de técnicos da Amazônia Legal e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Participam responsáveis pela entomologia do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. O treinamento iniciou na segunda-feira (22/11) e é realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que o treinamento é essencial para o aprimoramento do combate do vetor da malária na Amazônia Legal. “O curso leva em consideração os desafios e as práticas de controle vetorial, sendo importante estratégia para a Vigilância Ambiental em toda a região amazônica”, afirma.
Segundo o chefe do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Elder Figueira, a Amazônia Legal é a área endêmica de malária do país e os técnicos precisam estar constantemente atualizados. “É importante aprimorar os conhecimentos dos profissionais de entomologia para que seja possível identificar a resistência dos mosquitos aos inseticidas aplicados atualmente”, destaca.
De acordo com o pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz, Ademir de Jesus Martins Júnior, por meio do treinamento, a avaliação de resistência do vetor de malária a inseticidas será descentralizada no país. “Estamos trazendo capacitação para que cada estado possa fazer essa avaliação. Antes era feito de forma de pesquisa e por diversos laboratórios, mas não era feito no âmbito da vigilância”, afirma.
Um dos participantes do treinamento é o técnico em entomologia da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), Gleydson Coelho. Para ele, a capacitação vai ajudar a melhorar o Programa de Controle de Malária no Pará.
“Vestimos a camisa da saúde pública e vamos voltar para os nossos estados cheios de novidades técnicas para que possamos avaliar as ações que estão sendo realizadas e dar um retorno ainda melhor à população”, afirma Gleydson.
Treinamento – O 1º Curso de Capacitação de Ensaios de Avaliação de Resistência em Anofelinos ocorre até sexta-feira (26/11), e já contou com as palestras: “Malária nas Américas”, “Malária no Brasil”, “Situação da Malária na Amazônia”, “Metodologias de Controle Vetorial”, “Resistência a Inseticidas”, “Indicadores Entomológicas”, “Taxonomia das principais espécies vetores de malária”.
Cenário epidemiológico – Os dados epidemiológicos da FVS-RCP mostram que, de janeiro a outubro de 2021, foram notificados 46.842 casos da doença. O total representa uma redução de 7% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram notificados 50.418 casos – 3.566 a mais.
Ao todo, 14 municípios são responsáveis por 80% dos casos da doença no Amazonas: Barcelos (7.535), São Gabriel da Cachoeira (7.120), Manaus (3.685 Casos), Tefé (2.779), Tapauá (2.475), Carauari (2.014), Santa Isabel do Rio Negro (1.877), Coari (1.717), Lábrea (1.577), Maués (1.576), Canutama (1.502), Guajará (1.454), Atalaia do Norte (1.382) e Humaitá (1.242).