“Este foi um dos casos mais macabros que já acompanhei, pois se trata de uma pessoa sem sentimentos”. Essa é a declaração da delegada-geral, Emília Ferraz, sobre a jovem Thaysa Ramos Costa, de 19 anos, presa por ser mandante da morte do próprio avô, o sargento da reserva da Polícia Militar do Amazonas, Evandro da Silva Ramos, de 59 anos.
A suspeita teve ajuda do namorado, Alexandre Borges de Oliveira, de 20 anos. O casal planejou o crime para roubar R$ 30 mil que tinha na casa do sargento. Mais cedo, quando era levado para fazer exame de corpo de delito, Alexandre foi agredido por familiares da vítima que protestaram em frente da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).
Durante a coletiva de imprensa a delegada-geral falou sobre o perfil e comportamento da neta após ela ser presa. “Ela não demonstrou se quer uma emoção, não derramou nenhuma lágrima pela morte do familiar. É uma pessoa com traços que preocupa a sociedade, exatamente porque não há a mínima comoção mesmo se tratando do avô dela”, afirmou Emília Ferraz.
Fria e calculista
De acordo com o delegado Ricardo Cunha, titular da DEHS, Thaysa Ramos não apresentou nenhum arrependimento e demonstrou frieza ao relatar em depoimento como ela e o namorado organizaram o crime.
“Ela sumiu temporariamente e não participou do velório e do enterro. Nós questionamos porque dela não ter participado e ela disse que estava com medo, mas não nos convenceu. Ela é uma pessoa muito fria e não demonstrou qualquer tipo de arrependimento. É uma pessoa dissimulada, que pese ser muito jovem, não apresentou qualquer tipo de arrependimento”, disse o delegado.
O delegado disse, ainda, que a neta teve ideia de cometer o crime no dia do Natal. “Ela estava limpando a casa e descobriu que o avô tinha essas economias em um determinado cômodo da casa, (ela) passou essa informação para o namorado e ambos arquitetaram esse roubo de uma valor de R$ 30 mil, que o sargento vinha economizando ao longos de anos”, disse.
Para despistar as investigações, Alexandre, namorado de Thayssa, contratou dois pistoleiros, por ele já ser conhecido da família, segundo o delegado. Mas a polícia desconfiou do casal porque a jovem já havia furtado a avó paterna.
“Logo suspeitamos da neta pelos próprios familiares, que informaram que ela reincidente nessa prática de subtrair dinheiro de familiares. Em um passado recente, ela teria roubado R$ 7 mil da avó. Ela chegou a ser expulsa da residência, mas a família a perdoou”, disse Ricardo Cunha.