A SpaceX divulgou na terça-feira (8) em seu site que, dos 49 satélites Starlink lançados pela empresa no dia 3 de fevereiro, 40 foram atingidos por uma tempestade geomagnética no dia seguinte ao lançamento. Esse fenômeno, também chamado de tempestade solar faz com que a atmosfera fique muito quente, o que aumenta sua densidade.
Com isso, embora tenham atingido seu perigeu (ponto de órbita) de 210 km como planejado, a maioria dos satélites assumiu o modo de segurança, mesmo com as tentativas da equipe de terra para minimizar o arrasto aumentado pela tempestade, e assumiu as manobras de retorno a atmosfera terrestre. Como são desenhados para não colidir com outros corpos orbitais nem produzir detritos, os satélites se desintegraram completamente na reentrada.
Os estragos provocados por tempestades geomagnéticas
Em seu site, a SpaceX explicou que, por padrão, implanta seus satélites nas órbitas mais baixas para que, em casos raros de o satélite não passar nas verificações preliminares do sistema, ele seja rapidamente desorbitado pelo arrasto atmosférico. Esse procedimento, embora exija mais do equipamento, é feito para que uma possível reentrada, como a que ocorreu, não produza nenhum tipo de lixo espacial.
O problema é que, justamente nessas órbitas mais baixas, as tempestades geomagnéticas são mais impactantes, pois, além de aquecer a atmosfera e provocar um aumento da força do arrasto, dificultam a clareza dos sinais de rádio, provocam erros na transmissão das informações de posicionamento e paralisam os sistemas de navegação.
Embora todos os procedimentos da equipe Starlink tenham sido intensos, chegando mesmo a colocar os satélites de cabeça para baixo “para se proteger da tempestade”, ainda não ficou muito claro por que os equipamentos foram lançados, mesmo com um alerta da meteorologia espacial – no caso, o Space Weather Prediction Center – que avisou no dia anterior ao lançamento que condições complicadas poderiam se seguir a uma erupção solar (flare).