“O Governo Federal não cumpre suas promessas com o Amazonas. Ao contrário, mais uma vez deu golpe mortal na nossa Zona Franca de Manaus. A reedição do decreto do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – não traz qualquer cláusula de proteção aos produtos do nosso Polo Industrial”, escreveu o ex-prefeito de Manaus e pré-candidato ao Senado Federal, Arthur Virgílio Neto (PSDB), em sua conta oficial no Twitter, nesta sexta-feira (1º de abril).
A reação se deve ao novo decreto presidencial que prorroga por 30 dias (até 1º de maio) a redução de até 25% nas alíquotas do IPI em todo Brasil, sem a cláusula de proteção aos produtos produzidos pelo Polo Industrial de Manaus (PIM), como havia prometido o presidente.
“Foi uma traição ao povo do Amazonas. Nossos representantes, nos vários níveis, se seguraram nas promessas do presidente e do ministro Paulo Guedes. É nessa hora que faz falta uma voz ativa e combatente no Congresso em defesa da Zona Franca”, disse Arthur, chamando atenção para o fato de que, na verdade, a medida não afeta o Amazonas apenas por 30 dias. “Para reduzir o IPI é rápido, a decisão pode vigorar de um dia para o outro, mas qualquer mudança para aumentar a alíquota do IPI leva, pelo menos, 90 dias. Ou seja, não são 30 dias, mas sim 120 dias, no mínimo, de total amargura para as empresas da nossa Zona Franca”, explicou.
Ainda segundo Virgílio, o efeito imediato do decreto é a suspensão dos investimentos e, consequentemente, os empregos deixarão de ser gerados em um curtíssimo prazo. “Recorri à Justiça Federal e ao STF [Supremo Tribunal Federal] com duas ações em cada órgão para derrubar o decreto original. Não vou desistir. Vou continuar a luta nos tribunais, porque no campo político não vejo qualquer alternativa”, defendeu.
Prestes a completar 44 anos de vida pública, Arthur Virgílio Neto é reconhecido nacionalmente como uma das vozes mais fortes em defesa da Amazônia, do Amazonas e da Zona Franca de Manaus. “Não será diferente desta vez. Com ou sem mandato, quando se trata de defender minha gente, realmente não tenho limites. Vou às últimas consequências. E chamo aqueles que têm o mesmo compromisso a engrossar essa trincheira de luta”, concluiu.