A maior preocupação do técnico Aderbal Lana foi recuperar os jogadores, tanto os que estavam desgastados por terem entrado em campo, quanto os que estavam lesionados
Futebol, tranquilidade e fé, esta é a fórmula que o Princesa do Solimões busca colocar em prática no segundo jogo da final do Campeonato Amazonense, após ser derrotado no jogo da ida por 2 a 1. Às 15h30, no estádio Gilberto Mestrinho, em Manacapuru (a 89 km de Manaus), o Tubarão do Norte recebe o Manaus para decidir quem fica com a taça de campeão do Barezão 2022. Por ter perdido o primeiro jogo, na Arena da Amazônia, o time de Aderbal Lana precisa de uma vitória simples, já que tem a vantagem dos resultados iguais por ter feito a melhor campanha na primeira fase. Ao time de Evaristo Piza, basta um empate para que o Manaus levante a taça pela quinta vez em sua história.
Futebol
A maior preocupação do técnico Aderbal Lana foi de recuperar os jogadores, tanto os que estavam desgastados por terem entrado em campo, quanto os que estavam lesionados. Dos lesionados, apenas Koffi voltou a treinar normalmente, mas a comissão técnica ainda aguarda para ver a evolução do jogador. Baé ainda não está 100% e Toró, que no último jogo saiu com dores no joelho ficará de fora.
“Os treinos foram regenerativos, mais para recuperar alguns jogadores. Tivemos um jogo muito difícil na quarta-feira, mas tudo dentro da normalidade, nada de pressão, simplesmente tivemos algumas conversas para que a gente tenha calma, tranquilidade e jogue futebol”, explicou o treinador do Princesa.
Mesmo precisando buscar o resultado, o Tubarão não deve ter mudanças significativas em relação aos jogos anteriores. As principais alterações em relação à formação deverão ser principalmente por conta das baixas, principalmente do meio-campo.
“Minha preocupação é o meio-campo. Meu sistema de jogo é calçado nos três homens de meio e com as mudanças pode ser que isso caia um pouco. Quanto à nossa estratégia, por ser um jogo em casa, não tem nada de diferente. O modelo de jogo é o mesmo. Temos 33 gols no campeonato, a gente não joga atrás, sempre procurou ser ofensivo e vai continuar a mesma coisa: criando situações de gol. Não há motivo para mudar nada agora”, disse Lana.
Em nove jogos no Gilbertão, o Princesa do Solimões venceu cinco e empatou quatro – dois deles nas quartas de final contra o Operário, que também é de Manacapuru – o último foi na semifinal contra o Fast quando venceu por 2 a 0 após perder o primeiro jogo, em Manaus, por 2 a 1.
Fé
Mesmo em desvantagem no placar, o time do Princesa tem motivos para acreditar que pode reverter a vantagem do Manaus. O Tubarão perdia por 2 a 0 até os 39 do segundo tempo quando, após tirar uma jogada ensaiada da cartola, o time diminuiu a vantagem do Manaus com Max. De acordo com o goleiro Luís Paulo, o tento do camisa 28 deu esperança de que é possível .
“A nossa motivação é a melhor possível. Por mais que tivemos um resultado negativo em Manaus quarta-feira, mas aquele gol nos deu esperança dentro de casa de que a gente pode reverter esse placar. Em casa somos fortes. Estamos motivados para isso: impor nosso ritmo, nosso jogo e fazer os gols necessários para que tudo dê certo”, declarou o jogador que é um dos remanescentes do título de 2013, o único estadual da história do Princesa.
Naquela final contra o Nacional –que era treinado por Aderbal Lana – o Princesa venceu o jogo da ida por 3 a 1, realizado no estádio Roberto Simonsen, no Sesi, e perdeu o jogo da volta por 2 a 0. Com o placar agregado em 3 a 3, a decisão foi para os pênaltis, com Luís Paulo, iluminado e fazendo defesas importantes para consagrar o Tubarão como campeão daquele ano. O arqueiro rejeita a alcunha de herói, em vez disso prefere o termo ‘abençoado’ e ele espera que neste sábado esteja tão abençoado quanto estava no dia 26 de maio de 2013.
“Estava quando formos campeões contra o Nacional nos pênaltis, defendi dois pênaltis e ajudei o Princesa a ser campeão. Muitos me colocam como herói daquele jogo, mas não me vejo como herói porque não jogo sozinho, então todos são heróis porque naquela partida todos que lá estavam se doaram e deram o máximo de si. Então naquela tarde eu fui abençoado. Espero ser abençoado mais uma vez e ajudar meu time a ser campeão mais uma vez. Fizemos um belo trabalho no Princesa do Solimões e espero que amanhã (hoje) a gente saia coroado com esse título pra fechar com chave de ouro”, declarou.
Último ato
Além de Luís Paulo, também estavam em campo o meio-campo Toró – que faz parte do elenco, mas que não joga neste sábado – , Edinho Canutama e o zagueiro Deurick. Além de estar na campanha do título em 2013, Deurick também esteve no Princesa em 2014, 2015 e 2016, quando o time foi finalista do Amazonense, mas foi derrotado nas finais para Nacional (duas vezes) e Fast, respectivamente. O jogador voltou ao Tubarão no ano passado, quando o time foi eliminado nas semifinais. Neste ano conseguiu chegar a mais uma final pela equipe manacapuruense e ele diz que jogar outra decisão com a camisa alvirrubra enche-o de motivação. A final desde sábado deve ser o último ato do jogador que deverá se despedir do futebol aos 40 anos após jogar no Princesa por seis temporadas e fazer 71 jogos e marcar quatro gols no Tubarão do Norte .
“Eu tinha um sonho de jogar até os 45 anos, queria muito, até pela forma que eu treino, que eu conheço meu corpo. Infelizmente,alguns anos atrás sofri uma contusão no joelho e tive que operar e até hoje esse joelho me incomoda e me limita a fazer algumas coisas. Acho que chegou a hora. É a minha última final, não é minha vontade, porque eu amo jogar futebol, amo estar aqui, amo estar no meio disso tudo e hoje é o tempo da garotada, o meu já passou e vou aproveitar da melhor forma possível esse meus últimos minutos dentro de campo. Quero coroar minha aposentadoria com o título”, finalizou
Fonte: acritica.com