Especialista no assunto, Marcela Mc Gowan falou sobre tabus na sexualidade feminina
A sexualidade da mulher ainda é considerado um tabu na sociedade. Marcela Mc Gowan, especialista no assunto, falou abertamente sobre esse assunto.
Logo de cara, a ex-BBB sugeriu que essa primeira quebra de preconceito deve acontecer nos consultórios ginecológicos quando os profissionais da saúde falarem sobre o prazer sexual feminino.
“Na minha visão sim. Saúde sexual já é há anos pontuada como um dos pilares de qualidade de vida.”, disse.
Ela continuou: “Existem muitas dúvidas e queixas sobre o assunto e as pessoas são carentes de espaços onde elas possam se abrir e receber informações. Por isso é importantíssimo que o profissional de saúde falem sobre o assunto nas consultas e sejam agentes de uma educação sexual saudável.”.
O corpo feminino também deve ser explicado. Ela revelou achar importante explicar para as mulheres a anatomia do corpo feminino, principalmente sobre o clitóris e as demais zonas erógenas.
“Muito! Acho que todas as pessoas devem ser especialistas em seus próprios corpos. Essas informações de anatomia nunca são ensinadas e isso leva a um desconhecimento enorme do próprio prazer.”, disse.
Sobre o que significa ser uma mulher empoderada de seu prazer, Marcela falou: “Alguém que se conhece e se conecta com o próprio corpo, é consciente dos seus desejos e não tem vergonha de exercer sua sexualidade como bem quiser.”.
A ex-BBB opinou sobre o principal tabu hoje em relação à sexualidade feminina.
“Temos muitos. Percebo que a masturbação feminina ainda é um dos maiores, um assunto quase proibido. Assim como a liberdade das mulheres de expressarem seus desejos sexuais.”, disse.
Sobre os impactos desses tabus nas relações afetivas e sociais, a especialista falou: “Tabus impedem as pessoas de se aproximarem das informações verdadeiras sobre o assunto. Perpetua muitos preconceitos e isso impacta diretamente na qualidade da vida sexual.”.
“Temos hoje mais de 70% de mulheres com alguma queixa sexual, sendo que a minoria apresenta, de fato, alguma questão biológica ou hormonal. Essa socialização acaba pesando muito. E isso reflete nos relacionamentos, se você não está obtendo prazer do sexo como deveria, o desejo acaba diminuindo, e aí começam as principais queixas dentro de relacionamentos.”, comentou.
Sobre as mulheres que não conseguem chegar ao orgasmo por que não querem ou por que não são estimuladas a isso, ela comentou: “Acredito que muitos motivos pesam. Desinformação sobre o corpo e prazer, falta de autoconhecimento, culpa, repressão, vergonha, cobranças sociais, autoestima, tudo isso reflete na cama.”.
“Além disso, especialmente em relações heterossexuais o sexo é conduzido de maneira muito errada. Com foco na penetração, baseado na performance, poucas práticas que favorecem o prazer feminino. Literalmente, transamos errado.”, disse.
Há quem diga que o sexo é hipervalorizado em nossa cultura. Marcela comentou sobre o tema.
“Acho que ele é olhado da maneira errada. Sexo realmente é bom, traz benefícios pra saúde física e mental, e integra os pilares de qualidade de vida. Mas, socialmente o valor atribuído a ele tem a ver com frequência e performance. Quando, na verdade, ele deveria ser lido como conexão, troca e sensações.”, disse.
Fonte: Revista Máxima
Foto: Divulgação