Com o número de casos de coronavírus chegando a 470.000 em 200 países, os líderes do G20 se reúnem nesta quinta-feira (26) para tratar da pandemia. A reunião, claro, vai ser por vídeoconferência.
Os ministros da economia dos países já concordaram em um plano de ação global para injetar recursos numa economia que deve fechar o ano em recessão, segundo o Fundo Monetário Internacional. A união é para evitar o avanço de medidas protecionistas impulsionadas pelo fechamento das fronteiras para conter a pandemia.
A expectativa é por um acordo entre as duas maiores economias, China e Estados Unidos, dois países com um histórico recente de desencontros. Segundo o diário chinês South China Morning Post, uma fonte diplomática afirmou que os dois países vão tratar de esforços conjuntos para conter o coronavírus. O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, vinha acusando a China de adiar a divulgação de informações sobre a covid-19, chamado por Donald Trump de “vírus chinês”.
A união dos dois países é fundamental não só por se tratarem das duas maiores economias do mundo, mas também por serem os dois países mais atingidos do planeta. A China, com mais de 80.000 casos, origem da pandemia, corre o risco de um retorno da doença com a chegada de viajantes internacionais.
Já os Estados Unidos passaram ontem a Itália como o segundo país mais atingido, com quase 70.000 casos — o país já é responsável por um terço dos novos casos no mundo. Ontem, o senado americano superou as divisões políticas para aprovar por unanimidade um projeto de 2 trilhões de dólares para injetar dinheiro na economia. A corrida de governos mundo afora para atenuar os efeitos da crise é tema de reportagem na nova edição da revista EXAME, disponível a partir desta quinta-feira.
O presidente Jair Bolsonaro deve participar da reunião virtual na manhã de hoje — e terá alguns minutos para propor medidas. Ontem, Bolsonaro voltou a insistir na flexibilização de medidas de isolamento social. O presidente propôs isolamento vertical, para grupos de risco — uma possibilidade cada vez mais defendida por economistas, mas criticada por especialistas em saúde pública.
Governadores se uniram contra as recomendações do presidente — João Doria, de São Paulo, relembrou que as mortes em seu estado são de pessoas reais, enquanto Ronaldo Caiado, de Goiás, médico de formação, rompeu com Bolsonaro. Na noite de ontem um grupo de 26 governadores (DF ficou de fora) divulgou uma carta reivindicando uma renda básica a todos os brasileiros, com base numa lei de 2005. Eles querem também a suspensão por um ano do pagamento de dívidas dos estados com a união.
Como deve mostrar a reunião do G20, união é fundamental no combate à pandemia.