Segundo as investigações, Wolfgang Brog usava os rios para transportar as vítimas até uma pousada no meio da floresta, onde as adolescentes eram oferecidas aos hóspedes.
Uma adolescente de 15 anos, vítima de violência sexual desde os 6, conseguiu dar fim ao ciclo de abusos ao gravar o próprio estupro e expor um esquema de exploração sexual ao denunciar o empresário alemão Wolfgang Brog, de 75 anos, no Amazonas. Ao Fantástico, ela contou quando começou a ser estuprada e pelo que passou ao longo dos anos.
“Eu tinha 6 anos quando ele começou a passar a mão em mim e me abusar. Ele passava a mão em mim quando eu estava dormindo. Ficava com medo”, disse a vítima.
Com a mãe presa e o pai já falecido, ela morou com a tia paterna até os 5 anos. Mas quando a mãe solta, elas voltaram a viver juntas e foi, então, que o ciclo de abusos começou. De acordo com a polícia, a mãe, a tia e Wolfgang agiam juntos na exploração da menor.
A investigação apontou que o alemão usava os rios da região para transportar outras menores de idade até a pousada Cheiro de Mato, que fica em uma região de mata de Manaus, a cerca de 120 quilômetros da cidade, no meio da floresta amazônica.
A própria adolescente de 15 ano gravou um vídeo onde aparece sendo estuprada pelo alemão. Ela era obrigada a usar correntes e algemas.
“Ele mandava vestir saia, salto alto e algema. Ele botava em mim. Às vezes ficava até dolorido na minha mão, ficava com marca da algema“, relata a jovem, que está entre os quase 203 mil casos de violência sexual registrados contra crianças e adolescentes de 2015 a 2021.
A jovem também teve que colocar piercings no rosto a mando do estuprador.
O vídeo serviu como prova para o início das investigações da polícia e, no fim de março, com a ajuda de uma tia paterna, a menina denunciou os abusos.
A mãe chegou a ser presa, mas foi solta pela Justiça na audiência de custódia. Na última quinta-feira (18), ela voltou a ser presa.Já Wolfgang Brug conseguiu fugir para a Alemanha no início de abril. No Brasil ele é considerado foragido e pode ser preso caso volte ao país.
“A prova que ela fez do dia do encontro é uma prova irrefutável. Ela mesmo gravou esse vídeo, do momento em que ela estava sendo abusada sexualmente por ele. Utilizando inclusive a fantasia que ela diz que era um dos fetiches dele. E ele ofereceu bastante dinheiro para que elas destruíssem essa mídia, que acabou chegando ao conhecimento da autoridade policial”, explica a delegada.
Em uma conversa por aplicativo de celular obtida pela polícia, a mãe da menina pede dinheiro a Wolfgang para poder fugir. “Como é que eu vou fugir se eu não tenho nem um centavo na conta? O senhor precisa me arrumar um dinheiro pra ‘mim’ fugir, mano”.Ao responder, o alemão acusa a mulher de divulgar o vídeo. “Esse vídeo nunca vai desaparecer. Esse vídeo vai me acompanhar o resto da minha vida. E por tua culpa. Porque tu espalhou pra todo mundo”, falou.FONTE: g1