Mais do que nunca, o Amazonas tem pressa para diversificar sua base econômica. O desenvolvimento de potencialidades naturais do estado, como piscicultura, fruticultura, turismo e a mineração despontam como caminhos possíveis e de curto prazo.
Com vocação natural para a agropecuária e conhecida pela terra rica e fértil, Autazes, município da região metropolitana de Manaus, desponta como uma das grandes forças econômicas do interior do estado. Para os moradores de Autazes, um dos principais motivos de orgulho é a criação de gado, que tornou a cidade conhecida internacionalmente como a terra do queijo e do leite, base fundamental da economia do município e sede da maior festa bovina da Amazônia Ocidental, a Festa do Leite.
Hoje Autazes é o maior fornecedor de queijo coalho do estado, participando com 59% da oferta do produto consumido no Amazonas. Atualmente conta com mais de 80 mil cabeças de gado e aproximadamente 800 criadores regularizados.
Outra questão que também chama atenção é o turismo de pesca. Com diversos os rios que cortam os arredores da cidade, e mais de cem lagos, todos propícios à pesca, a região de Autazes é hoje o segundo destino da pesca esportiva na Amazônia, ficando atrás apenas do estado do Mato Grosso e do município de Barcelos, também no Amazonas. A importância do segmento é tamanha, que Autazes foi o primeiro município a criar uma lei de proteção que proíbe o abate do tucunaré, peixe símbolo da pesca esportiva no Brasil, em uma área de proteção permanente.
Segundo dados da Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur), órgão do Governo do Amazonas, a pesca esportiva chega a movimentar R$ 300 milhões e atrai mais de 20 mil turistas anualmente. O setor tem tudo para liderar o crescimento econômico do Estado de maneira sustentável. Vale destacar ainda que as excelentes características ambientais favorecem outra atividade relacionada ao ecoturismo: os hotéis de selva. Autazes é uma das portas de entrada para os turistas que buscam confortam em meio as belezas naturais da região. Somente em 2018, Amazonas recebeu 607.973 turistas, representando um crescimento de 3,67% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Porém, Autazes não é só a terra do leite, do queijo e do ecoturismo. Autazes também é a terra do Potássio. Rico em minério Silvinita, a mina de potássio presente no território de Autazes tem aproximadamente 400 quilômetros de extensão, números que colocam o Amazonas como o detentor da maior reserva de potássio do Brasil e a segunda maior do mundo, o que tornaria o país autossuficiente na produção de fertilizantes agrícolas.
A maior parte da produção mundial de potássio é utilizada como fertilizante O Brasil é o terceiro maior consumidor mundial desse tipo de insumo e o agronegócio dificilmente sobreviveria sem o produto. O Governo do Estado trabalha para viabilizar a exploração de forma sustentável, possibilitando a geração de emprego e renda e gerando novas matrizes econômicas para o município. Além da importância econômica, a mineração pode ser uma ferramenta de crescimento sustentável para a região, criando infraestrutura para a população local.
No caso de Autazes, a confirmação de uma atividade de mineração formalizada pode exercer um papel importante como catalizador de mudanças e de crescimento econômico, que retornaria para o município através do pagamento de tributos e royalties.
O potencial de geração de riquezas em Autazes poderia triplicar a arrecadação do município em pouco tempo. Através da Compensação Financeira por Exploração dos Recursos Minerais, receitas significativas poderiam ser aplicadas em projetos e revertidos em prol da comunidade local na forma de melhoria da infraestrutura, da qualidade ambiental, da saúde e educação tanto para zona urbana, quanto comunidades rurais e indígenas do município.
Além disso, uma operação do porte em no município traria benefícios imediatos e de longo prazo, como a geração de postos de trabalho, de empregos diretos e indiretos, além de grande incentivo para o consumo de produtos locais, melhoria das vias de acesso regionais, absorção de mão de obra local e a melhoria da renda per capita na região.
A expectativa é que a atividade cause um impacto positivo quase que instantâneo na qualidade de vida da população e da sustentabilidade das finanças do município. O potássio tem tudo para alavancar a estrutura da arrecadação tributaria do setor público, criando consequentemente recursos financeiros que aumentariam a capacidade de o município prover serviços públicos para a população, influenciando inclusive no aquecimento da economia de toda a região.
Já está mais do que na hora de tratar o assunto com a devida importância e passar a considerar extração mineral de larga escala como uma das próximas matrizes econômicas do Amazonas, uma vez que seus benefícios podem exercer o papel da indústria motriz, promovendo a criação de polos de crescimento em municípios como Autazes, mudando para melhor a realidade de toda uma região, desde a geração de emprego e renda, passando pela arrecadação tributaria, até o desenvolvimento da infraestrutura local e criação de industrias.