As munições de 120 mm destinam-se aos tanques de batalha norte-americanos Abrams e integram uma nova parcela de ajuda militar destinada a Kiev no valor de 175 milhões de dólares (163 milhões de euros), informou o Pentágono em comunicado.
A decisão surge após meses de debate sobre o envio deste tipo de munições, que deverão ser altamente eficazes contra os tanques russos na guerra.
A utilização de munições de urânio empobrecido, que têm maior capacidade de perfuração, tem sido uma questão controversa devido aos seus potenciais impactos na saúde e no ambiente.
Apoio à contraofensiva
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que com o pacote anunciado, que inclui ainda material de apoio ao sistema de defesa aérea ucraniano e munições para sistemas de artilharia HIMARS, Washington está “muito focado” em ajudar a Ucrânia a ter sucesso na contraofensiva contra a Rússia.
As munições de urânio empobrecido, acrescentou, são “mais pesadas” do que a artilharia normal e “muito eficazes” contra tanques.
“Queremos garantir que os ucranianos possam ser tão eficazes quanto possível nesta contraofensiva e acreditamos que as munições de urânio empobrecido os ajudarão nesse sentido”, sublinhou Kirby, em conferência de imprensa
“Não há grande controvérsia aqui”
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional observou que “muitos exércitos usam munições com urânio empobrecido, não apenas os Estados Unidos”: “Eu acrescentaria que também a Rússia”.
“Não há grande controvérsia aqui, exceto a que a Rússia está a tentar criar. (…) É uma munição eficaz no campo de batalha e não representa uma ameaça radioativa para as pessoas”, argumentou Kirby.
Já em março, depois de o Reino Unido ter admitido planos para fornecer munições de urânio empobrecido a Kiev, a Rússia alertou para o risco de contaminação radioativa e indicou que seria forçada a reagir se a Ucrânia utilizasse esse tipo de armamento.
O Pentágono referiu no seu comunicado que o pacote anunciado hoje é o 46.º que a administração de Joe Biden fornece à Ucrânia a partir dos inventários do Departamento de Defesa norte-americano desde agosto de 2021.
“Os Estados Unidos continuarão a trabalhar com os seus aliados e parceiros para fornecer à Ucrânia as capacidades para satisfazer as suas necessidades imediatas no campo de batalha e as necessidades de segurança a longo prazo”, concluiu.