Parentes e amigos sepultaram nesta segunda-feira (1), o jovem Kailan Kauê Coelho de Souza, de 18 anos, que foi morto em circuntâncias consideradas duvidosas pela família em Eirunepé, a 1.260 quilômetros de Manaus, no último dia do ano.
Na hora em que o jovem estava sendo enterrado no cemitério da cidade, familiares aproveitaram e rebateram a versão divulgada pela polícia, principalmente pelo gestor Gonzaga Junior, de que Kailan teria invadido o presídio para resgatar presos, por isso foi morto em confronto com policiais.
“É mentira o que estão dizendo. Não teve invasão nenhuma. O Kailan foi espancado e depois morto comum tiro a queima roupa”, disse a mãe Wanjerlane Maria Coelho Da Silva.
Outros familiares e moradores de Eirunepé reforçam e afirmam que a versão policial é totalmente mentirosa.
Segundo eles, as fotos do corpo mostram que o jovem apresenta hematomas no rosto e no braço. Uma perfuração no peito também, segundo a família, demonstram que Kailan foi atingido com um tiro fatal à queima roupa.
“Isso demonstra que é tudo mentira e que o Kailan não invadiu presídio nenhuma quando foi morto”, disse uma tia.
ESCLARECE – A mãe e os familiares admitem que Kailan tinha sim problema com dependência química. A presença do jovem próximo a delegacia, segundo eles, pode ser explicada pelo fato dos jovens da cidade que são dependentes, procurarem com frequênciaa área para buscarem resquícios de entorpecente que são incinerados dentro de tambores, isso numa área fora e próxima ao presídio.
“O fato de ser dependente não dava o direito de tirarem a vida dele”, dizia a mãe.
PREOCUPAÇÃO – Os familiares citam que o gestor Gonzaga Junior é o principal divulgador da versão que eles consideram mentirosa.
Desde que Kailan foi morto, o gestor, segundo eles, vem procurando divulgar a versão policial tanto em Eirunepé quando para portais de Manaus. O gestor, segundo eles, gravou até um vídeo que mostra um buraco no forro do presídio, “mas aquele buraco qualquer um poderia ter feito”, disse um parente.
Segundo familiares, existem muitas denúncias envolvendo arbitrariedade policial em Eirunepé.
O Portal Caboco fez contato e aguarda posicionamento da Polícia de Eirunepé.