Uma foto, descoberta recentemente, mostra o menino perto da barraca do pai antes de sumir. A família não descarta que ele possa ter sido sequestrado. A Polícia Civil não acredita na hipótese de sequestro pois, em todas as imagens analisadas, Edson Davi não aparece saindo da praia.
O sumiço do menino Edson Davi Silva de Almeida, de 6 anos, completa um mês neste domingo (4). Ele sumiu na Praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, nos primeiros dias do ano. Um ato de familiares e conhecidos começou por volta de 11h na altura do Posto 4, onde o menino sumiu.
Às 13h, os manifestantes seguiam reunidos pedindo por informações sobre o paradeiro do garoto.
“Não dá para dormir com essa resposta de afogamento. Meu filho não foi afogado, foi levado por alguém. A câmera do posto 4 não está funcionando. Não tem testemunhas do afogamento, nem os bombeiros. O corpo do meu filho não foi achado para eu enterrar. Eu estou definhando, vivo dopada. Só quero respostas, saber onde meu filho está”, desabafa a mãe Marize Araújo.
“Ninguém tem provas de nada, não tem testemunhas de sequestro, nem de afogamento. Eu só peço ajuda. Como que dá pra eu seguir com a minha vida? Como eu vou ter paz? É muita dor você carregar uma criança, eu amamentei por mais de 4 anos, ele era muito amado”, completa.
A polícia tem como principal hipótese a de que o menino se afogou – era um dia de mar revolto e havia bandeiras vermelhas sinalizando alto perigo para afogamentos. Já a família acredita que o menino foi sequestrado.
É só mais um dia em busca do meu filho. Não acreditamos que ele tenha se afogado porque ele sempre teve medo do mar. Ele só molhava os pezinhos e corria, a gente chamava para ele entrar na água, que ele podia confiar na gente, mas ele tinha medo”, afirma a mãe.
A família pede que as pessoas julguem menos, e acolham mais. O menino sumiu enquanto o pai trabalhava em uma barraca na praia.
Família de menino sumido na Barra faz ato —
“Preciso de uma resposta, quero encontrar meu filho. Uma tragédia. Se não podem dividir com a minha dor, também não me julguem. O Davi foi criado ali, eu não esperava isso”, emocionada, a mãe desabafa.
Menino Edson Davi sumiu na praia da Barra da Tijuca —
Os bombeiros que estavam de plantão no dia prestaram depoimento na última semana. Eles não viram o menino se afogando.
“A família não vai aceitar a hipótese de afogamento sem testemunhas de afogamento e sem acharem o corpo”, afirma a irmã, Giovana Araújo.
A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) destaca que, até então, nenhuma hipótese foi descartada, mas que os maiores indícios são de que o menino não deixou a praia. Nenhuma câmera mostra a saída dele do local.
Na noite desta sexta-feira (2), uma ossada foi encontrada na Praia da Barra, na altura do Posto 5 – um posto de distância de onde o menino sumiu. Os bombeiros recolheram o material e a Polícia Civil encaminhou para o Instituto Médico Legal, a fim de checar se a ossada é humana.
Pelas redes sociais, a irmã disse que a família não recebeu nenhuma informação oficial sobre essa ossada.
“Se for mesmo do Davi, certamente vão encontrar em contato com a gente. Precisamos de orações nesse momento tão difícil. Nossa manifestação se mantém de pé”, escreveu Giovana.
Diariamente, chegam dezenas de informações de possíveis locais onde o garoto estaria – e todas elas são checadas, de acordo com a delegada Elen Souto. Inclusive, em uma delas uma equipe da Polícia Federal foi mobilizada para checar se uma criança em um aeroporto era o menino Davi.
Nas redes sociais dos familiares, o movimento é o mesmo. Muitas pessoas comentam dizendo tê-lo visto em diversos pontos do Brasil.
Vídeo mostra o menino pouco antes do sumiço
Novas imagens do menino Edson Davi Silva de Almeida, de 6 anos, o mostram perto da barraca do pai, com o cabelo seco, em um horário mais adiantado que os registros anteriores que haviam sido divulgados. Segundo a família da criança, ele apareceu na gravação feita por volta de 16h47 do dia 4 de janeiro.
O vídeo foi feito por um funcionário da barraca e registrado em um momento posterior às imagens anteriores da criança.
A família alega ainda que tinha muita gente na praia naquele momento que poderia tê-lo visto entrando no mar e não descarta que ele possa ter sido sequestrado.
Desaparecimento
As novas imagens estão sendo analisadas pelos policiais da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). A Polícia Civil não acredita na hipótese de sequestro pois, em todas as imagens analisadas, Edson Davi não aparece saindo da praia.
O menino desapareceu na altura do posto 4 da Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde a família trabalha. Os pais de Edson Davi não trabalham mais na barraca, pois não têm condições emocionais. Mesmo assim, a mãe do menino passa os dias na praia na esperança de encontrar o filho.
Os policiais analisaram centenas de imagens de vários pontos fixos que ficam no entorno do ponto do desaparecimento. Não há imagens dele deixando a praia até o momento.
Uma família de argentinos que brincava com o menino na areia pouco antes do desaparecimento foi encontrada e ouvida pela polícia. Eles disseram que deixaram o garoto e voltaram para o hotel por volta de 16h30. As imagens do hotel também foram analisadas, e eles não são suspeitos.
O Corpo de Bombeiros também busca o menino no mar, mas de forma independente da Polícia Civil.
Em outra imagem, ele aparece na beira d’água às 15h37, cerca de 1 hora e 30 minutos antes do registro do desaparecimento.
Edson Davi da Silva Almeida, de 6 anos, desapareceu na praia da Barra da Tijuca —