O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, deputado Josué Neto, encerrou a sessão da tarde desta terça-feira (12) sem criar a comissão de impeachment contra o governador Wilson Lima e o vice, Carlos Almeida. Josué planejava criar a comissão hoje, mas foi questionado por uma comissão de 13 dos 24 deputados, liderada pelos deputados Saullo Vianna (PTB), Alessandra Campello (MDB) e Joana Darc (PL). Apenas os deputados Wilker Barreto (Podemos) e Serafim Corrêa (PSB) se manifestaram em solidariedade a Josué, no início da tarde de hoje.
O questionamento da maioria dos deputados foi quanto a posição de Josué como líder do processo. O deputado Saullo Vianna apresentou um requerimento, com o parecer de dois respeitados juristas (o ex-ministro do STF, Ilmar Galvão, e o professor Jorge Galvão), indicando que Josué deveria ser declarado impedido de liderar o processo: por ser o próximo na linha de sucessão, teria interesse na saída do governador e do vice.
Na manhã desta terça, Josué não acatou os questionamentos dos deputados e deu prosseguimento ao “pequeno expediente”. No início da tarde, também negou as “questões de ordem” dos colegas até que suspendeu a sessão. Saullo então questionou o motivo para o impeachment se estender também ao vice-governador Carlos Almeida e que, se fosse retirado o nome do vice, naturalmente Josué não estaria mais na linha de sucessão e poderia liderar o processo. Ainda assim, o presidente da Assembleia não acatou o pedido.
Ainda nesta terça, o deputado estadual Dr. Gomes ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) para que o Tribunal Especial Misto composto por seis desembargadores e cinco deputados, possa avaliar e julgar o pedido de impeachment.