Lei proposta pela Câmera dos Deputados homenageia o Rei do Futebol. Dia será celebrado na data em que o Atleta do Século marcou o milésimo gol.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta terça-feira (2), a lei que cria o Dia do Rei Pelé, a ser celebrado em 19 de novembro, na mesma data em que o Rei marcou o milésimo gol.
O projeto de lei, apresentado na Câmara dos Deputados pelos parlamentares Luciano Ducci (PSB/PR) e Felipe Carreras (PSB/PE), foi aprovado em dezembro do ano passado.
De lá, o texto foi encaminhado ao Senado Federal, onde foi submetido à Comissão de Esporte (CEsp), cujo relator é o senador Jorge Kajuru.
Em 11 de junho, o texto que destaca as contribuições de Pelé para o futebol, o esporte e o Brasil, seguiu para a sanção do presidente.
Os autores ressaltaram, na proposta do projeto, que Pelé se tornou uma “instituição nacional”, sendo denominado “Rei do Futebol” e reconhecido no meio esportivo como o “Atleta do Século”. Ele também venceu o prêmio de “Melhor Jogador de Futebol do Século XX”.
“Os reconhecimentos durante sua vida se estenderam ainda em outros que seguiram depois de seu falecimento. O dicionário ganhou um verbete próprio, o adjetivo ‘Pelé’, destacando: ‘o que ou aquele que é fora do comum, que ou quem, em virtude de sua qualidade, valor ou superioridade, não pode ser igualado a nada ou a ninguém'”, diz o texto do projeto.
A escolha da data
O “Dia do Rei Pelé” será comemorado em 19 de novembro, em celebração ao aniversário de seu milésimo gol. O Rei do Futebol atingiu a marca em 1969, durante partida contra o Vasco (RJ).
Biografia
Eterno rei do futebol, Pelé ganhou projeção no Santos e se consagrou na seleção brasileira. Até agora, foi o único atleta na história a ganhar três Copas do Mundo como jogador.
Edson Arantes do Nascimento nasceu no dia 23 de outubro de 1940, no sul de Minas Gerais, em uma família humilde, filho de Celeste e de João Ramos do Nascimento, jogador de futebol conhecido como Dondinho.
Desde criança, já com o apelido de Pelé, ele queria seguir os passos do pai no esporte. Sua família se mudou para Bauru, no interior de São Paulo. Lá, ele começou a carreira no futebol amador de campo e de salão.
Aos 15 anos, Pelé foi levado para fazer um teste no Santos. Foi contratado pelo clube em 1956 e já começou a se destacar na equipe. No ano seguinte, foi convocado para a seleção brasileira, que se preparava para a Copa de 1958.
Aos 17 anos, ele foi para a Copa da Suécia e, mesmo sendo reserva nos dois primeiros jogos, marcou seis gols, ajudando o Brasil a ser campeão pela primeira vez. No ano seguinte, foi artilheiro do Campeonato Sul-Americano de Futebol.
Na Copa de 1962, no Chile, consagrado no Santos, ele fez uma boa partida contra o México na estreia, mas sofreu uma distensão muscular contra a Tchecoslováquia e não jogou o resto do torneio. Em 1966, também sofreu lesões nos jogos contra a Bulgária e Portugal.
Em 1970, já chamado de o “rei do futebol”, Pelé viveu o auge da sua carreira na Copa do México, aos 29 anos. Em seis jogos, ele fez quatro gols, seis assistências, encantou o mundo e ajudou o Brasil a levar o tricampeonato.
No Santos
Quando chegou ao Santos, o time era o bicampeão paulista, em uma época em que os estaduais eram os mais importantes do calendário.
Mesmo assim, levou apenas um mês para estrear na equipe principal. Em um amistoso contra o Corinthians de Santo André, entrou no segundo tempo e marcou o sexto gol da vitória por 7 a 1 – seu primeiro com a camisa santista.
Ao longo de sua carreira no Santos, ganhou 23 títulos com o time e se sagrou artilheiro em grande parte deles. Nesses 18 anos, marcou 1.088 gols em 1.114 partidas, com uma média de 0,97 por jogo.
Os grandes destaques, além dos estaduais, ficam com as conquistas das Libertadores e dos Mundiais Interclubes de 1962 e 1963.
Em outubro de 1974, Pelé fez sua última partida em solo brasileiro. Com a camisa alvinegra santista, participou da vitória sobre a Ponte Preta por 2 a 0.
No ano seguinte, estreava pelo Cosmos, de Nova York. Apesar de estar longe de sua melhor forma física, ajudou a popularizar o esporte nos Estados Unidos.
Lá, se aposentaria em uma partida que envolvia os dois clubes pelo qual jogou em frente a um público de cerca de 60 mil pessoas. Em 1977, vestiu a camisa do Cosmos no primeiro tempo e marcou um gol. No segundo tempo, defendeu o Santos.
Sua despedida da seleção brasileira veio apenas em 1990. Aos 50 anos, Pelé jogou um amistoso na Itália contra um combinado de jogadores estrangeiros.
Ao fim de sua carreira, ele registrava a marca de 1.365 jogos, com 1.283 gols. Pelé então se tornou um embaixador mundial do esporte. O ex-jogador foi ministro do Esporte entre 1995 e 1998, após aceitar convite do então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Estrela nos gramados, Pelé também brilhou em diversas campanhas publicitárias e participou de filmes e de gravações musicais.