Israel e o Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns nesta quarta-feira (15/1). O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, que mediou as negociações com representantes das duas partes, com o apoio do Egito.
O cessar-fogo está previsto para começar no próximo domingo (19/1), mas ainda precisa ser aprovado pelo governo de Israel. A votação foi adiada após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusar o Hamas de tentar alterar os termos do acordo. O Hamas, por sua vez, reafirmou seu compromisso, mas rumores indicam que busca incluir a libertação de prisioneiros de destaque.
Detalhes do Acordo e Impactos Humanitários
A primeira fase do acordo prevê um cessar-fogo de seis semanas. Durante esse período, o Hamas libertará 33 reféns, incluindo mulheres, crianças, idosos e pessoas doentes, enquanto Israel soltará centenas de prisioneiros palestinos.
A entrada de ajuda humanitária em Gaza será intensificada, com 600 caminhões diários transportando suprimentos médicos, alimentos e combustível. A medida busca aliviar a crise humanitária, permitindo que milhares de palestinos retornem a seus lares devastados.
Desde o início do conflito, em outubro de 2023, mais de 46 mil pessoas morreram em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local. Apenas nos últimos dias, ataques israelenses resultaram em dezenas de mortes, mesmo após o anúncio do acordo.
Reações Globais e Desafios Futuros
O presidente dos EUA, Joe Biden, elogiou o acordo como um passo significativo para encerrar os combates e reunir reféns com suas famílias. Donald Trump, presidente eleito dos EUA, também comemorou a negociação nas redes sociais, associando o sucesso do cessar-fogo à sua vitória eleitoral.
Líderes globais, como António Guterres, Secretário-Geral da ONU, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, saudaram a decisão, pedindo respeito aos termos e apoio à reconstrução de Gaza.
Apesar do avanço diplomático, desafios permanecem. As negociações futuras tratarão da libertação de mais reféns, da reconstrução de Gaza e do futuro governo do território. A remoção do Hamas do poder é uma das exigências de Israel, enquanto a Autoridade Palestina também enfrenta resistência para reassumir o controle.
O acordo trouxe alívio imediato a milhares de pessoas, mas sua implementação e as etapas seguintes serão cruciais para garantir um caminho duradouro para a paz no Oriente Médio.