Pacientes recuperados da Covid-19, mas que ainda necessitam de fisioterapia pulmonar, podem receber o tratamento gratuito oferecido pela Prefeitura de Manaus, em unidades estratégicas localizadas nos quatro Distritos de Saúde: Sul (Policlínica Castelo Branco); Leste (Policlínica Dr. Antônio Comte Telles); Norte (Policlínica Dr. José Antônio da Silva); e Oeste (Centro Especializado de Reabilitação – CER, no Complexo Oeste de Saúde).
O tratamento geralmente é necessário para as pessoas que se recuperaram da doença causada pelo novo coronavírus somente após um longo período de internação em que foi necessário o uso de ventilação mecânica. Nesses casos, é exigido que o paciente retorne às suas atividades habituais apenas após um processo gradual, o que ocorre de forma rápida e eficaz com o programa de reabilitação respiratória executado pela prefeitura.
“Antes mesmo do anúncio da pandemia, pela Organização Mundial da Saúde, por orientação do prefeito Arthur Neto, a Secretaria Municipal de Saúde começou a se estruturar para assegurar aos seus habitantes o acesso e as condições de tratamento”, destacou o secretário municipal de saúde, Marcelo Magaldi.
O secretário ressalta que, durante a pandemia, a prefeitura tem se destacado pela assistência antes, durante e depois da confirmação de casos de Covid-19. “Atuamos nos atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde preferenciais, no hospital de campanha e, agora, com a fisioterapia pulmonar, dando o suporte técnico para que consigam voltar às atividades de rotina”.
A gerente da Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência da Semsa, Carla Aldaba, explica que para ter acesso ao serviço é necessário estar fora do período de transmissão e ter encaminhamento médico para a fisioterapia respiratória. As unidades de saúde ficarão responsáveis pelo agendamento local e atendimento desses pacientes, conforme disponibilidade de dia e horário.
Fisioterapia Respiratória
De acordo com os fisioterapeutas Jerônimo Correia e Débora Fortes, do CER Oeste, a fisioterapia respiratória vem para atuar tanto preventivamente na expansão pulmonar, quanto na parte curativa e de reabilitação, principal proposta do serviço. “Os pacientes estão chegando aqui, num período de 14 dias após os sintomas, em média, e começam a trabalhar para recuperar a função pulmonar, cansaço, fôlego para retomar a qualidade de vida que tinham anteriormente”, destacou Jerônimo.
A fisioterapeuta Débora ressaltou a importância do atendimento aos pacientes que ficaram por muito tempo internados nos hospitais e que perderam, de certa forma, o condicionamento físico. “Estamos acompanhando esses pacientes, inclusive os que ficaram em UTI, então eles relatam que sentem cansaço, a cada cem metros que andam, e a fisioterapia trabalha justamente a expansão e condicionamento do paciente”, explicou.
Há cerca de dois meses, o servidor público José Edson da Silva, de 55 anos, foi vítima da Covid-19 e hoje realiza fisioterapia respiratória no programa. Em estado grave, Edson apresentou falta de ar, dores no corpo e foi hospitalizado. “Senti os sintomas procurei o médico e sete dias depois foi confirmado que eu estava com Covid-19 e fiquei internado. A falta de ar começou a aparecer no décimo dia e precisei ir para o respirador. Essa fisioterapia tem me ajudado muito. Hoje me sinto bem melhor, não totalmente recuperado, mas já consigo andar e respirar sem dor”, comentou.
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Texto – Sandra Monteiro e Mônica Figueiredo / Semsa