Na manhã deste sábado (7) ambientalistas, representantes de movimentos sociais e cidadãos preocupados com o futuro da Amazônia participaram de um ato público na Praça da Matriz, no Centro de Manaus.
A manifestação fez parte de uma mobilização nacional contra o Projeto de Lei 2159/21, apelidado como “PL da Devastação”, que tramita no Congresso Nacional e é duramente criticado por enfraquecer a legislação ambiental brasileira.
Com cartazes, faixas e palavras de ordem, os manifestantes exigiram o arquivamento da proposta, que, segundo especialistas, pode abrir caminho para o aumento do desmatamento, das queimadas e de tragédias ambientais em todo o país.
A manifestação teve como foco principal a defesa da Amazônia e a proteção dos mecanismos de fiscalização e licenciamento ambiental.
O ato em Manaus foi parte de uma mobilização unificada e contou com o apoio de 48 entidades e movimentos ambientais, que assinaram conjuntamente a iniciativa. O número expressivo demonstra a amplitude da rejeição à proposta e o fortalecimento das articulações pela preservação ambiental.
O superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, participou do ato e reforçou que a mobilização é uma resposta direta à ameaça que o projeto representa para a região. “A nossa luta é contra o desmatamento, especialmente aqui na Amazônia, onde a floresta é o nosso bem mais precioso. Esse projeto representa um grande risco porque propõe flexibilizar o licenciamento ambiental, o que, na prática, significa liberar atividades sem a devida análise de impacto”, afirmou.
Araújo alertou ainda para os impactos concretos caso o PL seja aprovado. “Se essa lei passar, o desmatamento vai se agravar ainda mais. A destruição da biodiversidade será inevitável, e isso pode ocasionar cenários catastróficos como os que vivemos em 2023 e 2024, quando a fumaça tomou conta do estado do Amazonas. Estamos falando de riscos reais à saúde da população, ao equilíbrio climático e ao futuro das próximas gerações”, declarou.
Em um apelo à mobilização da sociedade, ele concluiu: “Se a sociedade se manifestar, nós podemos pressionar os deputados a reprovar ou remodelar essa lei. Nós estamos visando o futuro da sociedade, pensando nas próximas gerações, em nossos filhos e netos. Essa é uma luta coletiva”.



Durante o protesto, os manifestantes também citaram as tragédias de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, como exemplos das consequências de enfraquecer a legislação ambiental.
O grupo exigiu o comprometimento dos parlamentares do Amazonas com a preservação da floresta e o desenvolvimento sustentável da região.