Durante depoimento no julgamento do cirurgião-dentista Milton César Freire, nesta quarta-feira, 5, no Tribunal do Júri, a testemunha Pedro Baptista, filho de Milton e Lorena Baptista, confirmou que a mãe mentiu ao dizer que ele, então com 10 anos de idade, estava doente para poder entrar no apartamento do ex-marido, no início da madrugada de 5 de julho de 2010.
Pedro Baptista, hoje com 20 anos de idade, é uma das principais testemunhas da acusação e foi ouvido por mais de duas horas na tarde desta quarta-feira.
Em seu depoimento, ele confirmou ainda que a mãe usava luva cirúrgica ao chegar na residência do pai, conforme consta nos autos do processo, mas que as tirou das mãos após Milton pegar o celular para chamar a polícia para tirar Lorena de sua casa. Pedro confirmou também que sua mãe o havia dito para vasculhar a casa do pai para saber se tinha outra pessoa no recinto.
Questionado se viu o momento em que o pai supostamente teria atirado em sua mãe, Pedro disse textualmente: “Não vi o momento do disparo. Eu ouvi o disparo”, confirmando a versão apresentada pela defesa.
No entanto, durante simulação da cena do crime no julgamento, ele indicou uma posição da arma que diverge do trajeto da bala apresentado no laudo pericial reforçando a informação de que ele não viu o disparo.
Para a defesa de Milton, o depoimento de Pedro confirma três pontos fundamentais e que estão nos autos do processo: de que o filho não viu quem deu o golpe na arma, municiando-a; não viu quem sacou a arma e não viu o momento do disparo.
Os advogados destacaram ainda o depoimento de um dos porteiros do condomínio onde aconteceu o fato, em que a testemunha afirma que Lorena Baptista lhe disse que estava de baby doll, o que lhe impossibilitaria de sair do carro e deixá-lo estacionado fora do condomínio, forçando-lhe a autorizar sua entrada no residencial. O porteiro, ressaltou, no entanto, que só permitiu a entrada de Lorena porque estava com Pedro, que ele já conhecia porque visitava o pai.
O júri popular de Milton César Freire iniciou nesta quarta-feira, 5, com o depoimento de cinco testemunhas, sendo quatro da acusação, como uma vizinha de Milton, um dos porteiros do condomínio de Milton, uma prima de Lorena e, Pedro e, um da defesa e, continua nesta quinta-feira, 6, com o depoimento de mais quatro testemunhas, além da sustentação dos assistentes de acusação e de defesa.
A expectativa é que o julgamento se estenda até a próxima sexta-feira, 7, quando Milton César deverá ser ouvido e, o juiz divulgar a sentença do júri.