A alta de preços de combustíveis e produtos alimentícios foi debatida durante o grande expediente da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta terça-feira, 2.
“No momento da crise, os empresários parecem que querem aumentar a probabilidade de morte em nosso país. A fome e a miséria estão imperando dentro das famílias brasileiras”, relatou o vereador Sandro Maia (Democratas).
O parlamentar também comentou que, quando era criança, quem comia arroz, feijão e farinha era considerado pobre. Porém, atualmente, apenas pessoas assalariadas que “ganham bem” podem comer estes produtos.
“O preço abusivo não deixa o assalariado ter esse direito. Isso me deixa triste pois famílias estão perdendo os filhos para o tráfico de drogas e a prostituição. Nós queremos competir com o mundo. Ora, não vamos acompanhar porque a diferença de real para o dólar é de R$ 6”, criticou Maia.
Para ele, os governos federais, estaduais e municipais deveriam congelar os preços dos produtos. “Por que não temos um preço diferenciado no nosso combustível que venda lá fora? Como você diz para um pai ou uma mãe que vê o filho morrendo de fome? É um desespero. ‘Vai passar’. Não vai passar nada. O povo vai morrer! Quando passar a pandemia, chegará a epidemia que é a fome e a miséria”, informou Sandro Maia.
Pandemia
No aparte da fala do vereador, Wallace Oliveira (PROS) comentou sobre a alta do preço do álcool em gel no início da pandemia, em março de 2020, e os exemplos de países vizinhos no combate aos problemas gerados por ela.
“Infelizmente, vivemos em tempos em que os inescrupulosos estabelecem o comando de um mercado refém. Outros países nos dão aula quando vivenciaram tempos de dificuldade. Eles se unem e resolvem suas mazelas internamente. O Brasil é o contrário”, disse.
Já William Alemão (Cidadania) pediu aparte para comentar a situação dos pequenos produtores de ovos que faliram por conta da alta do preço do milho, principal ração para as aves.
“Os pequenos produtores de ovos estão vendendo suas granjas pois não tem como comprar o milho que está sendo exportado quase todo. O produtor de milho nacional prefere vender no exterior porque ganha mais dinheiro e o mercado interno fica praticamente sem. Eu sei que este assunto foge de nosso alcance, mas acaba ‘sobrando para a gente’ devido às demandas que recebemos”, contou.