Às 17h deste sábado, mais de 40 mil torcedores amazonenses poderão presenciar um histórico acesso do Amazonas à Série B do ano que vem. A partida contra o Botafogo-PB define o futuro da Onça-Pintada no Campeonato Brasileirão
Chegou a hora da onça beber água. Hoje à tarde o Amazonas entra em campo para encarar o Botafogo-PB às 17h, na Arena da Amazônia, naquele que é o jogo mais importante da história do clube desde a sua fundação em 2019. Pela primeira vez o Amazonas vai disputar um acesso para a série B do Campeonato Brasileiro, isso no seu ano de estreia na série C do Brasileirão.
Mesmos personagens, outro cenário
O contexto se assemelha muito ao de 2022. O clube chegava para a disputa da sua primeira competição nacional, a Série D. Na sua estreia, fez a melhor campanha na primeira fase e transformou o Carlos Zamith, estádio na zona Leste de Manaus, em sua fortaleza, um verdadeiro reduto da onça-pintada que fez de presa quem caiu naquele gramado.
O acesso para a terceira divisão veio com uma carga de drama extra, de um clube que fez um primeiro tempo impecável no jogo contra a Portuguesa-RJ, mas que no segundo tempo, viu o time carioca crescer, e com Luan Santos, que hoje será titular no time do Amazonas, quase viu a vaga escapar, mas no final, a supremacia da onça dentro do Carlos Zamith falou mais alto.
Entre as particularidades que cercam esse jogo, Luan Santos, que ano passado defendia a Portuguesa-RJ, hoje defende o Amazonas. Aliás, o camisa 9, que nesta temporada já foi herói da onça-pintada uma vez ao fazer o gol do título do primeiro campeonato estadual do Amazonas, título inédito levantado no primeiro semestre deste ano. Outra singularidade importante entre as temporadas, é que a Portuguesa carioca tinha como técnico Felipe Surian, que hoje é comandante do Belo paraibano. Time e treinador se reencontram em mais um jogo que pode definir o acesso do Amazonas.
Pelo lado do Belo, a situação não é muito boa. Sem chances de classificação, o time perdeu em casa para o Volta Redonda na última rodada e saiu sob protestos do campo. O treinador, Felipe Surian, respondeu às provocações da torcida com gestos obscenos. O clima, que já não andava muito bom pelos lados de João Pessoa, azedou de vez. O Botafogo chega como um time que não tem nada a perder em campo, já que apenas cumpre tabela. E para encerrar sua participação na Série C, pode simplesmente colocar água no chopp da Onça.
A partida começou na primeira rodada
O jogo também é cercado por certas provocações, mas dessa vez, entre dirigentes. O Amazo- nas ainda não venceu o Botafogo na atual edição da Série C. No primeiro turno, 0 a 0 no estádio Carlos Zamith, e no primeiro jogo do quadrangular de acesso, vitória do Botafogo por 2 a 1. Ao final da partida, o presidente do clube paraibano provocou o time amazonense ao dizer que ele tinha um problema com o Ibama por ter matado uma onça, fazendo alusão ao mascote do time amazonense.
O presidente do clube amazonense, Wesley Couto, já em solo amazonense, presidente do Amazonas que hoje está afastado por ter se envolvido em uma confusão generalizada na partida contra o Paysandu, respondeu dizendo que o Botafogo era um time quase centenário sem títulos relevantes.
O time todo mundo conhece
Para o jogo, o Amazonas não deverá ter muitos mistérios, o Luizinho Vieira procurou repetir ao máximo, dentro de suas possibilidades, os onze iniciais. Na primeira partida, Edson Mardden, Patric, Thiago Spice, Jackson, Renan Castro, PH, Ítalo, Rafael Tavares, Diego Torres, Igor Bolt e Sassá formaram o time titular. No segundo jogo, Thiago Spice, suspenso, não pôde jogar, Maycon assumiu a posição. E na terceira partida de Luizinho Vieira, Maycon foi mantido na titularidade porque Thiago Spice foi vetado pelo departamento médico. Já para este fim de semana, a tendência é que Maycon, consolidado na posição, tenha ganhado a vaga em definitivo.
Ainda para este jogo, uma mudança no ataque significativa. Sassá levou o terceiro cartão amarelo na partida do último fim de semana contra o Paysandu. O jogador cumprirá a suspensão automática nesta rodada e seu substituto será Luan Santos. Jogador que é vice-artilheiro do Campeonato do Amazonas nesta temporada e que, como já citado, foi herói do primeiro título do barezão do Amazonas em sua história.
História escrita em números
Prestes a conquistar o terceiro acesso em quatro anos de história, o Amazonas FC chega para o confronto contra o Botafogo (PB), pela última rodada do quadrangular, com um aproveitamento de 57,9% na temporada de 2023. Ao todo são 22 vitórias, oito empates e oito derrotas da Onça da Zona Leste que, em 2023, foi comandada inicialmente por Rafael Lacerda e agora é treinada por Luizinho Vieira.
Com 53 gols marcados, a equipe aurinegra apresenta uma média de 1,39 tentos anotados por jogo. Na temporada, quem é protagonista da artilharia amazonense é o centroavante Sassá, que chegou ao elenco após o Barezão e caiu nas graças do torcedor. A façanha do atacante é tão representativa que atualmente ele é o maior artilheiro das quatro divisões do futebol brasileiro.
Mas antes de Sassá brilhar na Terceirona, o Amazonas con- quistou o Barezão 2023 com uma campanha quase perfeita. Ostentando um aproveitamento de 71,5%, com 10 vitórias, três empates e só uma derrota – na estreia contra o Manauara – a Onça fez incríveis 23 gols e levou apenas quatro, não deixando margens para a dúvida no certame estadual, pavimentado a expectativa do torcedor antes da Série C iniciar.
E falando da competição que pode trazer mais um momento de glória ao clube que nasceu em 2019, o Amazonas tem um aproveitamento de 50%, com 12 vitórias, cinco empates e sete derrotas. São 30 gols marcados e 24 sofridos, terminando a primeira fase na terceira posição logo em seu primeiro ano jogan- do a terceira divisão nacional. Nem mesmo o início conturbado na segunda fase abalou as estruturas da Onça Aurinegra.
Aproveitamento na Arena
Tanto no Campeonato Amazonense como no Brasileirão, a direção do Amazonas priorizou mandar os seus jogos no estádio Carlos Zamith, localizado no bairro Coroado, buscando reforçar a proximidade do clube com o público da Zona Leste de Manaus. Por este motivo, o representante amazonense não fez muitos jogos na Arena de Copa do Mundo na temporada de 2023.
Ao todo, o Amazonas atuou na Arena da Amazônia em quatro oportunidades na temporada. As duas primeiras foram ainda no Barezão e como visitante. Vitória por 1 a 0 contra o Manaus e triunfo pelo mesmo placar contra o Nacional. Já na Série C a Onça só veio entrar em campo na Arena já no quadrangular. A estreia não foi agradável, derrota por 1 a 0 para o Paysandu que culminou na queda do técnico Rafael Lacerda.
Na sequência, já no comando de Luizinho Vieira e após uma vitória no Rio de Janeiro contra o Volta Redonda, a time do Amazonas bateu outra vez o Voltaço, desta vez por 2 a 0 e consolidando o retorno da Onça na briga por uma das vagas na Série B do Brasileirão de 2024. Contra o Botafogo (PB), a expectativa é de bater o maior público da história do clube jogando como mandante e mais uma possível página de sucesso na história recente deste jovem clube amazonense.
Falta vencer o Belo
O Amazonas chegou para o quadrangular de acesso com o pior aproveitamento no confronto direto contra os times classificados. Perdeu para: Brusque-SC, São José-RS e São Bernardo-SP e empatou com Operário-PR. Todos membros do Grupo B.
Entre os times da chave da Onça, no primeiro turno, o Amazonas perdeu para Paysandu, Volta Redonda e empatou com Botafogo-PB. Já no quadrangular, perdeu um dos jogos para o Papão, mas quebrou o tabu fora de casa, calando 50 mil fanáticos do bicolor. Contra o Volta Redonda, não deixou margem para dúvidas e venceu os dois jogos. Restou o Botafogo-PB. Na ida da segunda fase, derrota por 2 a 1 e agora, o Amazonas busca quebrar mais essa escrita da Série C e cra- var, o eventual acesso, com um vitória sobre o Belo.