As expectativas já não eram positivas, mas o Bradesco (BBDC4) conseguiu decepcionar ainda mais ao apresentar os seus números do quarto trimestre de 2023 (4T23) e nem mesmo o esperado plano estratégico de cinco anos, anunciado junto com o balanço, animou. Assim, após um salto de 6,21% na véspera (também por conta da notícia sobre a OPA da Cielo), os ativos BBDC4 abriram em queda de cerca de 8% e foram intensificando a baixa. Às 11h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira (7), os ativos caíam 13,01%, a R$ 14,44.
O segundo maior banco privado do Brasil reportou nesta quarta lucro líquido recorrente de R$ 2,88 bilhões no último trimestre do ano passado (com um ROE, ou retorno sobre o patrimônio líquido de cerca de 7%), alta de 80,4% em relação ao mesmo período de 2022, mas queda de 37,7% frente ao terceiro trimestre do ano passado e abaixo das previsões de analistas. Projeções compiladas pela LSEG apontavam lucro de R$ 4,57 bilhões.
Contabilizando provisões de reestruturação e “passivos contingentes”, o lucro foi de R$ 1,7 bilhão, 60% abaixo da projeção do Itaú BBA, enquanto o ROE decepcionou em 32%.
A carteira de empréstimos do Bradesco ficou estável sequencialmente, as provisões (PDD) aumentaram mais 15% em relação ao trimestre anterior, a margem financeira (NII) dos clientes caiu 3% e os serviços caíram 1%, apesar da sazonalidade favorável, avalia a equipe de análise do BBA.
Para os analistas do banco, os pontos positivos foram um melhor NII do mercado, resultados de seguros mais fortes e melhores métricas de qualidade de crédito lideradas por índices de inadimplência (NPLs) de varejo.