Segundo relatório do servidor que entrou em campo para notificar jogadores, Ednaldo Rodrigues ligou para Ciro Nogueira
Anfitriã de Brasil x Argentina pelas Eliminatórias da Copa 2022, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tentou a todo custo fazer com que a partida não fosse suspensa no último domingo (5), em razão do não cumprimento do protocolo sanitário por parte de quatro jogadores argentinos. Valeu até uma suposta ligação do presidente em exercício, Ednaldo Rodrigues, para o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Essa é a informação do relatório complementar, divulgado nesta quarta-feira, sobre o ocorrido na Neo Química Arena. Segundo documento assinado pelo servidor Yunes Eiras Baptista, o presidente da CBF disse que já estava em contato com o ministro da Casa Civil. A CBF nega que esse contato tenha acontecido.
“Fui abordado pelo Sr. Ednaldo Rodrigues – presidente da CBF informando que estava em contato com a Casa Civil e se eu poderia falar com o Sr. Ministro Ciro Nogueira, neguei o contato e informei que se dirigisse à diretoria da Anvisa a qual me encontrava subordinado visto que se tratava de ação sanitária e legal”, relatou Yunes.
Em nota enviada ao R7, a CBF nega que Rodrigues tenha feito qualquer ligação e disse que o presidente sequer tem o contato de Nogueira.
“O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, nega com veemência que tenha feito qualquer contato com servidores da Anvisa nos termos relatados pelo Relatório Complementar de Evento sobre o jogo entre Brasil e Argentina. Tampouco autorizou qualquer pessoa a falar em seu nome. O presidente da CBF não falou sobre esse ou qualquer outro assunto com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, sequer tem seu contato telefônico”, disse Rodrigues.
Como também havia ficado claro na transmissão oficial da partida, um integrante da organização tentou minimizar a necessidade de se notificar os jogadores em campo com a promessa de que esses seriam substituídos no intervalo. Esse profissional, inclusive, tenta levar o servidor de volta ao vestiário.
Essas atitudes são classificadas no relatório complementar assinado por Yunes como obstrução e constrangimento do trabalho que vinha sendo feito. Segundo o servidor, ele e agentes da Polícia Federal foram impedidos de entrar no vestiário da seleção albiceleste.
“Vários outros que se identificaram como dirigentes de alguma instituição perguntaram se seria possível negociação bem como outros tentaram conversas mais discretas como Sr. Sergio Ribas (vice-presidente da Comissão de Governança e Transferência da Conmebol) que solicitou se poderia fornecer o telefone para contato de algum diretor da Anvisa ao qual estaria subordinado”, disse.
Fonte: R7
Foto: Divulgação