A presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Nísia Trindade Lima, afirmou que é grande a chance de a vacina para o coronavírus ser descoberta até o fim do ano. Durante o “Saia Justa”, exibido ontem na GNT, a socióloga deu detalhes de como está o processo de trabalho para encontrar a cura.
Após o programa exibir um trecho de uma entrevista em que a imunologista Daniela Ferreira, que lidera a equipe que testa a vacina da Universidade de Oxford, na Escola de Medicina Tropical de Liverpool, se diz otimista e que “vamos ter uma vacina até o fim do ano”, Nísia concordou com a afirmação.
“Eu concordo com a Daniela. As chances são grandes porque houve um desenvolvimento muito acelerado nesse processo das vacinas; são mais de 200 vacinas no mundo hoje, com somente algumas em estágios mais avançados”, disse Nísia. “No caso, a vacina da Universidade de Oxford, na qual a Daniela vem trabalhando é uma dessas fortíssimas candidatas”.
A presidente da Fiocruz destacou a importância da OMS (Organização Mundial de Saúde) nesta missão: “Isso está sendo possível porque há um acordo mundial, em que a Organização Mundial de Saúde tem um papel muito forte nisso, sobre a importância dessas etapas e sempre garantido a segurança, ética, pesquisa e todos os processos. E também porque há um histórico anterior de produção de vacinas, de desenvolvimento e de novas plataformas”.
A afirmação de Daniela foi originalmente exibida na edição especial de “Mulheres Fantásticas”, no “Fantástico”. No quadro, ela também falou que “uma grande vitória é que agora o Brasil também vai participar da vacina, pois está fazendo a fase de 3 de testes”, e que “com o apoio global, de todos os países tentando desenvolver a vacina, acredita que ela sairá rapidamente”.
“É muito importante dizer que, no caso da Fiocruz que vai participar de toda a produção dessa vacina em nosso país, e vai incorporar toda a tecnologia, o Brasil vai ter essa autossuficiência na vacina da Covid-19 em que estamos trabalhando para ser eficaz”, complementou Nísia.
A entrevistada ainda ressaltou: “Na Fiocruz temos um instituto dedicado a vacinas, Bio-Manguinhos, e com toda uma capacidade de produção com investimentos nos últimos 20 anos. Esse investimento continuado é que poderá nos permitir com essa contribuição, além da competência em ensaios clínicos que vão ser coordenados pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)”.