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Chapa Gustavo Petro-Francia Marquez é eleita para presidência da Colômbia

Colombian presidential candidate for the Historic Pact coalition Gustavo Petro (L) and his running mate Francia Marquez (R), celebrate at the party headquarters, in Bogota on May 29, 2022. - Following the official results Petro will face a 77-year-old populist outsider Rodolfo Hernandez in a runoff election next June 19. With more than 97 percent of votes counted, preliminary results showed 62-year-old Gustavo Petro, a former Bogota mayor, leading with 40.3 percent to 28 percent for Rodolfo Hernandez. (Photo by Juan BARRETO / AFP)
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Michele de Mello – Brasil de Fato | São Paulo (SP)

Vantagem foi de quase 800 mil votos, com participação de 58% do eleitorado, segundo resultados preliminares.

Na Colômbia, os resultados preliminares apontam a vitória da chapa de centro-esquerda Pacto Histórico no 2º turno das eleições presidenciais deste domingo (19).  Com 99% da apuração, Gustavo Petro e Francia obtiveram 50% da preferência, equivalente a 11,2 milhões de votos contra 47% de Rodolfo Hernández e Marelen Castillo, da chapa de direita Liga Anticorrupção. O segundo turno superou a participação da primeira ronda com cerca de 58% de comparecimento.

“Hoje é um dia de festa para o povo. Que festeja a primeira vitória popular. Que tantos sofrimentos se amorteçam na alegria que hoje inunda o coração da Pátria”, disse Petro logo após a divulgação dos resultados.

A vice, Francia Márquez, primeira mulher negra a ocupar o cargo, publicou “isto é pelos avôs e avós, mulheres, jovens, pessoas LGBTQI+, indígenas, camponeses, trabalhadores, vítimas, meu povo negro, que resistiram e também aqueles que já não estão. Por toda Colômbia! Hoje começamos a escrever uma nova história”. 

“Respeito o resultado. Espero que essa decisão seja a melhor para todos. Desejo que Gustavo Petro saiba dirigir o país e seja fiel ao seu discurso de combate à corrupção”, disse Hernández.

Esta é a maior votação dos últimos oito anos na Colômbia. No primeiro turno, realizado no dia 29 de maio, cerca de 54% do eleitorado compareceu às urnas. O Pacto Histórico venceu com cerca de 8,5 milhões de votos, enquanto a Liga de Governantes Anticorrupção obteve 5,9 milhões de votos.”Petro significa uma vitória simbólica dos Acordos de Paz. Não só a direita deve reconhecer os resultados, assim como a maioria da sociedade, porque houve esforços de distintos setores, assim como o acompanhamento internacional que garantiu um processo transparente”, analisa o cientista político colombiano, Andrés Aponte.

O atual presidente, Iván Duque (Centro Democrático) também se pronunciou, dizendo que telefonou para Petro para felicitá-lo. “Acordamos uma reunião para os próximos dias para iniciar uma transição harmônica, institucional e transparente”, disse. A posse está prevista para o dia 7 de agosto.

“Novamente concluímos a pré-contagem em menos de uma hora após o fechamento das urnas. O êxito é da democracia”, disse o chefe do Registro Civil Nacional, Alexander Vega RochaO resultado oficial no entanto, será oferecido durante a semana, após nova contagem iniciada na próxima terça-feira (21).Segundo o poder eleitoral, 60 locais de votação foram alterados por questões climáticas. A Missão de Observação Eleitoral (MOE) reportou no seu segundo boletim um total de 310 denúncias de irregularidades, sendo 32 na região da capital, Bogotá.Também é a primeira vez na historia que uma chapa do campo progressista ocupará a presidência e terá a maior bancada no Congresso. Nas eleições de março, o Pacto elegeu 20 senadores e 27 deputados. “A vitória representa a chegada de uma alternativa. Uma amálgama de distintas correntes progressistas que propõem outro projeto econômico e social, distinto do que estava vigente com bipartidarismo durante 100 anos na Colômbia”, analisa Aponte.

O Pacto Histórico propõe a implementação integral dos Acordos de Paz; a realização da reforma agrária, com distribuição de terras para pequenos agricultores, substituição de cultivos ilícitos; reforma da polícia e demais forças de segurança, acabando com a obrigatoriedade do serviço militar, e implementando conselhos regionais de segurança; reforma tributária para aumentar os impostos aos mais ricos e gerar fundos para financiar projetos de gratuidade no ensino superior.

Edição: Arturo Hartmann – Brasil de Fato

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