“A importância da pesquisa brasileira no combate à Covid-19” foi o tema escolhido para o webinar realizado na noite desta quinta-feira, 13/5, promovido pelo Núcleo de Educação Política e Renovação (NEPR) do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR), coordenado pelo ex-prefeito de Manaus e ex-senador Arthur Virgílio Neto. Além do político, desta vez, os convidados foram dois renomados especialistas em saúde pública: o médico infectologista Marcus Lacerda e o psicólogo e epidemiologista Eduardo J. S. Honorato.
Com foco no fomento à democracia e à educação política, o evento transmitido on-line é terceiro de uma série de debates com políticos, pesquisadores, formadores de opiniões e outros convidados, realizada para reforçar o interesse em temas importantes e urgentes para a população. “É preciso fazer esse país mudar de mentalidade e ter como uma de suas prioridades a ciência e a tecnologia”, alertou Virgílio no encontro que durou pouco mais de 1h30 e que teve mediação do advogado e professor Filipe Venturini.
Tendo como pauta os múltiplos impactos da Covid-19 na sociedade, Arthur destacou a necessidade de se vencer o negacionismo. “O que vemos nessa pandemia, infelizmente, são coisas essenciais deixadas de lado, vemos a luta da ciência contra o empirismo e o negacionismo, vimos cortes em pesquisas no momento crucial. Isso gera consequências terríveis na saúde e na economia brasileira”, disse, acrescentando que faltou liderança no Brasil para minimizar os efeitos do novo coronavírus. “Faltou comando para mostrar que não é tolice tomar vacina e que isso salva vidas”, completou Virgílio.
O médico e pesquisador Marcus Lacerda observou que o investimento em ciência poderia ter dado ao Brasil uma vacina própria e que é preciso olhar para o atual momento do país como aprendizado. “A ciência brasileira passa por altos e baixos, mas nessa pandemia tivemos um isolamento intelectual, afinal, ainda se discute o uso da cloroquina no Brasil, enquanto países da Europa já superaram essa discussão. Por outro lado, vejo a população já atenta a isso, entendendo expressões usadas na ciência, como placebo e imunidade de rebanho. Isso significa também os cientistas já falando a linguagem do povo e não só de seus pares, o pesquisador tem que olhar para isso, para o futuro”, afirmou.
O psicólogo e também pesquisador Eduardo Honorato completou dizendo que a ciência brasileira virou uma forma de resistir. “Ser cientista se tornou um ato de resistência e, ao mesmo tempo, um ato político. Quando você fala que é pesquisador as pessoas acham que você ganha muito dinheiro, mas não. A bolsa de doutorado hoje é o mesmo valor que há dez anos quando fiz o meu. Acho que temos um pouco da glamourização do sofrimento do pesquisador, e isso não pode. Só vamos poder evoluir enquanto sociedade quando as pessoas e governos entenderem a importância da pesquisa e do pesquisador”, comentou.
Além dos temas colocados pelos convidados e pelo mediador do debate, quem prestigiou a transmissão pôde participar mandando perguntas e comentários, que ajudaram a enriquecer a discussão, que foi transmitida a partir de Manaus. O vídeo da transmissão pode ser acessado no canal do Youtube do CPJUR ou na página do Facebook de Arthur Virgílio, além da repercussão e bastidores nas redes sociais do político e diplomata da Amazônia.
Educação Política e Renovação
Com experiências como deputado federal, senador, líder do governo e ministro-chefe da Secretária-geral da Presidência da República no governo Fernando Henrique Cardoso, líder da oposição no Senado e três vezes prefeito da capital da Amazônia – Manaus, região Norte do país, com a formação acadêmica em Ciências Jurídicas e Sociais, além de diplomata de carreira com nível de Mestrado e fluência em inglês, francês e espanhol, Arthur Virgílio Neto foi o escolhido pelo CPJUR para coordenar a área acadêmica dos cursos de Capacitação Continuada para Servidores Públicos e Equiparados, bem como de Educação Política e Social do Núcleo de Educação Política e Renovação (NEPR), que tem sido palco de debates que contribuem para a efetividade das ações de promoção da ética, sobretudo na administração pública.
“Esse projeto é audacioso e tem que, cada vez mais, buscar pessoas e opiniões que possam contribuir para um futuro melhor para o país. Precisamos discutir mais Amazônia, condenar coisas perversas para a região e para o Brasil. Estão de parabéns o CPJUR, os que nos prestigiaram e os nossos convidados, Marcus e Eduardo, que nos ajudam a crescer como nação”, finalizou o coordenador do NEPR, Arthur Virgílio.