Comer está cada vez mais caro. Alguns dos alimentos mais consumidos pelos brasileiros tiveram grande elevação de preço no último ano. O arroz, por exemplo, subiu 60%; já o preço do feijão ficou 69% maior, de acordo com um levantamento do FGV IBRE.
O valor dos reajustes é 10 vezes acima da inflação média apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor. O pesquisador do FGV IBRE, Matheus Peçanha, explica os motivos da alta. “Esse aumento tão grande veio sobretudo por dois fatores. A gente teve um pequeno problema de safra no arroz, feijão e nas carnes. E, junto com a questão da importação, o câmbio, que desfavorece o preço, porque a gente teve que importar para abastecer mercado interno e o dólar está mais caro, então o próprio produtor também acaba vendendo para o mercado externo para receber em dólar ao invés de real”, explica Peçanha.
Além do arroz e do feijão, dentro da cesta do prato feito, composta por 10 itens, proteínas muito consumidas também registraram elevação de preço. Principalmente as carnes bovinas, com alta de 27%, o frango, de 14%, e os ovos, de 10%. Dono de um restaurante self-service na Mooca, na Zona Leste de São Paulo, Dorival Bernardo de Souza afirma que está difícil não repassar os preços aos consumidores. Ele espera que a reabertura para consumo local nos estabelecimentos melhore a situação. Nós também tivemos que segurar isso a nível de valor nos nossos pratos, porque não tem como repassar nesse momento. Daqui pouco as coisas voltem para o atendimento presencial, aumentando o número de pessoas e a gente vai conseguir diluir melhor esse aumento. Não baixamos a qualidade em hipótese alguma”, diz Dorival. A partir de hoje a fase de transição do Plano São Paulo libera o funcionamento de restaurantes para consumo no local entre onze horas da manhã e sete horas da noite. A lotação máxima é de 25% da capacidade total de público.
Fonte: JP NOTICIAS