
Nesta terça-feira (18/03), o exército israelense anunciou a realização de “ataques extensivos” na Faixa de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde local, sob controle do Hamas, mais de 400 palestinos perderam a vida e centenas ficaram feridos devido aos bombardeios.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que suas ações visam “alvos terroristas” ligados ao Hamas. Relatos de testemunhas e médicos citados pela Reuters indicam que três residências em Deir Al-Balah e um prédio na Cidade de Gaza foram atingidos, além de locais em Khan Younis e Rafah.
Este aumento significativo na ofensiva marca a maior série de ataques aéreos na região desde o início do cessar-fogo em 19 de janeiro. As negociações para a extensão desse cessar-fogo ainda estão em impasse.
Recentemente, Israel emitiu novas ordens de evacuação para diversas áreas em Gaza, com muitos habitantes buscando refúgio em locais considerados mais seguros, como Khan Younis ou zonas ocidentais da Cidade de Gaza.
Rosalia Bollen, porta-voz da Unicef, relatou à BBC que, ao acordar em Al-Mawasi, foi surpreendida por explosões frequentes. “A casa tremia, e ouvimos explosões a cada cinco ou seis segundos”, descreveu.
Muhannad Hadi, coordenador humanitário da ONU para o Território Palestino Ocupado, pediu um restabelecimento imediato do cessar-fogo, chamando a situação de “inconcebível”. A correspondente da BBC em Jerusalém, Yolande Knell, observou que dois meses de relativa calma em Gaza foram abruptamente interrompidos, com relatos de mortes, incluindo crianças, entre os civis.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Israel Katz, deram ordens para os ataques, justificando a ação pela recusa do Hamas em libertar reféns e em aceitar propostas de mediação. O gabinete do primeiro-ministro afirmou que Israel intensificará suas operações militares contra o Hamas.
Por outro lado, o Hamas denunciou os bombardeios como ataques a “civis indefesos” e responsabilizou Israel pela violação do cessar-fogo. As negociações para um novo acordo de paz continuam, mas permanecem complicadas.
Desde o início da atual escalada de violência em 7 de outubro de 2023, mais de 48.520 pessoas, em sua maioria civis, foram relatadas como mortas, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. A situação humanitária na região é crítica, com uma grande parte da população de 2,1 milhões sendo forçada a se deslocar várias vezes e enfrentando escassez de alimentos, combustível, remédios e abrigo.