Esse ano , a misteriosa morte de Ária Ramos completa 105 anos! O caso ainda é dos que mais causa arrepio nos historiadores de Manaus e nunca foi encontrado o culpado. Ária Ramos não era apenas um nome e não se tratava de uma mulher qualquer, ela era uma artista genial e morreu precocemente vítima de uma bala perdida.
Ária Paraense Ramos, era uma Violinista prodígio e com apenas 18 anos foi vítima de um “acidente”, numa festa de terça-feira de carnaval, no dia 17 de fevereiro de 1915, no Ideal Clube que na época tinha sua sede nos altos do prédio na Avenida Eduardo Ribeiro esquina coma Rua Henrique Martins, que posteriormente seria uma agencia de transportes aéreos Cruzeiro do Sul e hoje uma loja de roupas.
Os jornais declaravam: “Não se sabe de onde partiu o tiro quando ela tocava na banda de carnaval!”
Todos os anos naquela época, os jornais dedicavam a pagina cultura, para exaltar o nome dos artistas locais, citavam sempre os nomes das bandas e dos artistas que fariam a passeata de carnaval, porém, foi a única vez e última vez que o nome de Ária Ramos foi citado naquele ano de 1915.
Os jornais também contam que: ela estava executando a melodia “Subindo ao Céu” ao violino, quando uma bala perdida a atingiu. Foi levada às pressas para a Santa Casa de Misericórdia, nos braços de alguns participantes do baile, mas não resistindo ao grave ferimento, Ária morreu. Hoje, seu túmulo no cemitério São João batista, é um dos mais bonitos! O lamentável acontecimento abalou esta cidade, na época estimada em aproximadamente 100 mil habitantes.
Foi sepultada na Quadra 5 do Cemitério São João Batista – no local, ainda existe uma sepultura de mármore, com a figura da Ária Ramos de corpo inteiro, ostentando o seu violino.
Toda a sociedade prestou a sua homenagem à jovem.
Mitos e mistérios estão em torno da morte de Ária Ramos. Os mais comuns são:
- Que a artista foi morta por um namorado ciumento;
- Comentários maliciosos falam que a jovem tinha dois namorados;
- O mito mais misterioso é aquele que as pessoas associam a morte da artista e a música SUBINDO AOS CÉUS, há quem diga que foi um pressagio.
- O tiro teria sido disparado por seu namorado que usava uma fantasia de caçador. Dizem alguns que tal tiro foi acidental. A arma disparara durante uma briga do rapaz com o ex-noivo da moça. Outros dizem que não houve briga nenhuma, e até hoje permanece um mistério o motivo de sua morte.
Esse sem dúvida é um dos casos que intrigam a sociedade de Manaus até os dias de hoje, foi a inexplicável morte da violinista Ária Ramos em 1915.
O que se sabe sobre esse fato é que os envolvidos não foram punidos pelo menos pela justiça dos homens pois a cultura popular de Manaus acham que foram punidos por forma divina, os dois morreram pouco tempo depois da morte de Ária Ramos porém não se sabe ao certo o que aconteceu, o pouco que se houve falar é que ela tinha rompido com um antigo namorado que pertencia a uma ilustre família de Manaus da época para ficar com um jovem de mais idade recém chegado em Manaus, os jornais da época publicaram que o tiro foi acidental.
O Mausoléo
Mausoléu de Ária Ramos (Cemitério de São João Batista)_2019 – Aspecto do centenário mausoléu, homenagem póstuma da sociedade manauara à memória de Ária Ramos. Sua construção foi aprovada apenas cinco dias após a tragédia que ceifou a vida da desventurada musicista, na sessão do Conselho Municipal, seguindo projeto apresentado pelo então Intendente, João Antônio da Silva, declarando perpétua a sepultura de Ária Ramos e isentando de taxa o construtor ou construtores do mausoléu.
A artística obra ficou a cargo da prestigiada firma local “Marmoraria Ítalo-Amazonense”, de propriedade do italiano Cesare Veronesi. A entrega ocorreu antes da inauguração oficial, somente realizada no dia 23 de julho de 1916, em função da delonga na chegada da estátua de Ária Ramos – obra do escultor, igualmente italiano, Augusto Franzone, natural da cidade de Carrara, não por acaso célebre pelo seu raro e fino mármore de um tom imaculadamente branco, sem veios à mostra. Franzone era membro da Academia de Belas Artes de Carrara e da Comissão de Arqueologia de Roma.
A estátua reproduz em tamanho natural a musicista, que porta um violino no braço direito, enquanto o esquerdo se apoia num tronco de árvore. No colo ostenta um pingente com uma cruz, cópia fiel da joia que, em vida, nunca abandonou.
Fonte: blog Marcus Pessoa