A vítima do caso – Luís João Macedo de Souza, o “Luís Pulga”- teria se recusado a participar de trama para matar juíza federal do Amazonas.
O juiz de Direito George Hamilton Lins, titular da 1.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, pronunciou Givanil Freitas Santos; o coronel da PM Jair Martins da Silva e Raphael Wallace Saraiva de Souza, e eles irão a júri popular, acusados de envolvimento na morte de Luís João Macedo de Souza, conhecido como “Luís Pulga”, crime ocorrido na noite de 3 de abril de 2008, na esquina da Avenida Beira Mar com a Rua Ouro Preto, no bairro Coroado, zona Leste de Manaus.
Os três réus já tinham sido pronunciados pelo crime no ano de 2015, mas a defesa recorreu da sentença no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e, no dia 18 de maio deste ano, os desembargadores que compõem a 1.ª Câmara Criminal anularam a sentença de pronúncia, com o processo retornando à 1.ª Vara do Tribunal do Júri. Com a nova sentença, assinada no último dia 13, o julgamento, em plenário, deverá ser pautado para o próximo ano.
Entenda o caso
De acordo com o inquérito policial produzido pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Raphael Wallace Souza e seu pai, o então deputado estadual Francisco Wallace Cavalcante de Souza (falecido), teriam cogitado o assassinato da juíza federal Jaíza Fraxe, em razão de ter decretado a prisão do coronel da Polícia Miliar do Estado do Amazonas Felipe Arce e de outras pessoas na chamada “Operação Centurião”, o que teria prejudicado os interesses da “quadrilha criminosa da qual faziam parte”, conforme o inquério policial inserido nos autos.
Com isso, ainda segundo o inquérito, Raphael e Wallace teriam pedido ao pistoleiro “Luiz Pulga” que matasse a magistrada. Luiz recusou o serviço, o que motivou uma discussão dele com Raphael, segundo os autos. O filho do ex-deputado teria voltado a procurar “Luiz Pulga” repetindo a proposta, mas este recusou novamente, o ameaçando que, se insistisse no plano, iria delatá-lo ao Ministério Público Federal.
Inconformado com a recusa de “Luiz Pulga” e preocupado com a ameaça de ser denunciado ao MPF acerca do plano para matar a juíza, Raphael teria contratado Juarez dos Santos Medeiros para matá-lo. “Luiz Pulga”, de acordo com o inquérito inserido nos autos, foi abordado pelo coronel Jair Martins, que o conduziu a um açougue no bairro Coroado, onde acabou sendo assassinado.