A Prefeitura de Natal declarou estado de emergência na área do Morro do Careca, um dos principais pontos turísticos da cidade, localizado na Praia de Ponta Negra. A decisão, tomada em 20 de setembro de 2024, foi motivada pelo avanço da maré e o consequente agravamento do processo de erosão no local. A medida visa não apenas proteger o patrimônio natural, mas também garantir a segurança dos moradores e turistas que frequentam a região.
O impacto da erosão no Morro do Careca
A erosão do Morro do Careca vem se intensificando ao longo dos últimos anos, e os danos são visíveis tanto na estrutura da duna quanto nas construções e contenções próximas. De acordo com um relatório da Defesa Civil de Natal, a área foi classificada como de alta periculosidade, especialmente após a destruição de dissipadores de drenagens e muros de contenção em áreas próximas a hotéis. Esses danos são fruto da força do mar, que está causando o desgaste contínuo do solo e das barreiras protetoras.
Os efeitos mais visíveis são no entorno do morro, onde o solo está sendo desgastado rapidamente, formando falésias que comprometem ainda mais a estabilidade do local. Segundo as autoridades, a erosão acelerada representa um risco significativo para a preservação do morro e para a segurança das pessoas que circulam nas proximidades. Embora o acesso ao Morro do Careca seja proibido desde 1997, a fiscalização na região vem sendo reforçada para coibir invasões, especialmente após o decreto de emergência.
Medidas de contenção e reforço da fiscalização
Com o decreto de emergência, a Guarda Municipal de Natal intensificou a fiscalização na área do Morro do Careca. Em parceria com o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb), as forças de segurança se revezam para monitorar o local e impedir o acesso de pessoas à duna. Embora a proibição de subir no morro já esteja em vigor há mais de duas décadas, algumas pessoas ainda desrespeitam a interdição, o que acelera o processo erosivo e coloca vidas em risco.
Além da fiscalização, as autoridades estão planejando a instalação de barreiras temporárias para conter o avanço do mar até que soluções mais definitivas, como o projeto de “engorda” da praia de Ponta Negra, sejam implementadas. Esse projeto, que envolve o aumento da faixa de areia para amortecer a força das marés, ainda está em fase de planejamento e depende de licenciamento ambiental para ser iniciado.
A Defesa Civil e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) também estão em diálogo com órgãos federais, como a Aeronáutica e o Ministério Público, para obter apoio no monitoramento da área. A expectativa é que, com a ajuda de mais agentes e a implementação de novas medidas, seja possível mitigar os danos à duna e evitar um colapso maior.