O treinador não suportou ser vaiado, xingado e o coro por Jorge Jesus. Depois da eliminação da Copa do Brasil, por 3 a 0 para o Athletico, em pleno Maracanã, entregou seu cargo. Dirigentes do Flamengo não aceitaram
Algo estava muito errado.
Renato Gaúcho tem o ego muito forte. É resolvido financeiramente. Não aceitaria como normal os palavrões, as vaias e o pedido da torcida pela volta de Jorge Jesus, depois da humilhante eliminação da Copa do Brasil diante do Athletico Paranaense, por 3 a 0, em pleno Maracanã.
Depois da coletiva pesada coletiva, vazou a informação.
Logo após a derrota, ainda no vestiário do Flamengo, ele chamou o vice-presidente de futebol, Marcos Braz, e o diretor executivo, Bruno Spindel.
E entregou o cargo.
Ou seja, se quisessem, ele estaria fora do Flamengo. Sem o clube ter de pagar multa, nada.
Só que Braz e Spindel recusaram. Disse que ele seguiria sendo o treinador.
Faltam apenas 31 dias para a decisão da Libertadores, no Uruguai, contra o Palmeiras. Seria caótica a saída de Renato Gaúcho agora.
Em tom dramático, Braz teria afirmado para Renato e para os jogadores que, as pessoas que tirariam o Flamengo da crise estavam naquele vestiário.
Só depois que Braz e Spindel recusaram sua saída, Renato foi para a coletiva.
E fez questão de minimizar as vaias, os palavrões e até o coro por Jorge Jesus, gritado pelos torcedores do Flamengo.
“Uma coisa super normal no momento que você está trabalhando num clube grande, último treinador que passou aqui e teve sucesso. Torcedor de um grande clube sempre vai lembrar do treinador que venceu, faz parte da nossa profissão.
“O treinador nem sempre vai ganhar todas, vai lembrar do cara que passou aqui, trabalhou alguns meses e ganhou títulos importantes. Mas já estou vacinado, a cobrança vai sempre existir”, disse tentando manter o controle.
Renato Gaúcho teve até de ser lembrado do que falou quando estava treinando o Grêmio no dia 2 de novembro de 2020.
“Futebol bonito vocês têm que cobrar do Atlético-MG e do Flamengo. Essas suas as duas equipes que têm a obrigação de apresentar futebol bonito, pelo que gastaram.
“Se um dia a diretoria do Grêmio, o presidente do Grêmio falarem assim: ‘Olha, Renato, você tem R$ 200 milhões para contratar’. Aí pode me cobrar futebol bonito. Enquanto isso não acontecer, vai ter partidas com altos e baixos.”
Sua resposta nesta madrugada foi outra…
“O elenco é muito forte, é muito bom. Todo treinador gosta de um elenco desse, faz parte da nossa vida. O próprio Jorge Jesus esteve aqui e perdeu, saiu da Copa do Brasil também. Depois ganhou o Brasileiro e a Libertadores.
“Nós sempre estamos expostos a cobranças. No futebol, infelizmente quando não consegue o resultado que espera, principalmente se tratando de Flamengo, a cobrança é sempre muito grande.”
Sobre continuar treinando o Flamengo, depois do vexame de ontem, Renato não revelou que havia entregue o cargo. E os dirigentes recusaram.
“Isso é com a diretoria. A gente tem que jogar, tem que melhorar, a gente sabe disso, continuar se dedicando, porque esse time é um time que se dedica, faz treino em casa, treina a mais, sempre quer mais. Então, não é uma derrota que vamos jogar tudo para o alto. Entendemos a torcida, sabemos que é decepcionante.
A derrota de ontem fez o clube perder, pelo menos R$ 23 milhões, se fosse vice. Ou R$ 56 milhões, se ganhasse a Copa do Brasil.
A pressão segue enorme.
No sábado, o time enfrenta o Atlético Mineiro, líder do Brasileiro, no Maracanã.
Será o reencontro com a torcida, depois da vergonha que passou ontem.
O clima é muito tenso.
Fonte: R7
Foto: Divulgação