Em postagem nas redes sociais, governador explicou que não teve “menor intenção de inibir ou desprezar as inúmeras doações”. Tragédia afeta mais de 2 milhões de pessoas no estado.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), usou o seus perfis em redes sociais para pedir desculpas por uma declaração feita durante um programa de entrevistas na Band, na terça-feira (14). Na ocasião, ele relacionou as doações feitas aos atingidos por temporais no RS com o impacto delas no comércio local.
O reerguimento desse comércio fica dificultado na medida em que você tem uma série de itens que estão vindo de outros lugares também do país”, disse a respeito do volume grande de doações físicas que chegam ao estado.
A fala repercutiu em redes sociais gerando uma série de críticas ao governador gaúcho, que deu a entender que as doações não seriam bem-vindas, pois isso poderia atrapalhar a venda de produtos no comércio.
No seu pedido de desculpas, Leite disse que acabou “misturando [o impacto dos temporais no comércio] com a questão das doações”.
“Antes de mais nada, meu agradecimento a todos pela gigantesca mobilização e solidariedade em favor do povo gaúcho. Eu peço que entendam: entre tantas preocupações que a tragédia nos traz, está também a situação dos nossos pequenos comerciantes. Aqueles que tinham uma lojinha, um pequeno armazém, um bazar, que perderam tudo (…) Em nenhum momento eu tive a menor intenção de inibir ou desprezar as inúmeras doações que o Brasil e o mundo estão fazendo para ajudar o nosso Rio Grande nessa reconstrução. São todas as doações muito importantes e bem-vindas (…) Portanto, o meu mais sincero pedido de desculpas pela confusão que possa ter causado no entendimento de algumas pessoas”, falou Leite.
O político ainda disse que as últimas semanas têm sido “brutais para todos nós” e que “ninguém está livre de errar”.
Tragédia no RS
O número de vítimas dos temporais e enchentes que assolam o estado desde o final de abril chegou a 149. O boletim da Defesa Civil ainda contabiliza 108 desaparecidos e 806 feridos.
O número de pessoas fora de casa é de 614 mil. No total, 76 mil estão em abrigos e 538,2 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes). Que foram afetadas direta ou indiretamente, 2.,67 milhões.