Atriz da trama global Mar do Sertão, Eli Ferreira dá lição de empoderamento e força
Em cena com três mulheres fortes — ela brilha na trama global das 6, Mar do Sertão e na série Sentença, da Prime Video, além da série Santo, na Netflix —, Eli Ferreira (31) não pensa duas vezes ao dizer que se identifica com suas personagens. “Eu sempre tive uma fala e postura muito firmes. Sem dúvida, eu carrego isso da minha mãe e das mulheres da minha família de modo geral”, acredita a atriz, em bate-papo exclusivo com CARAS, na Cidade Maravilhosa.
Foi graças a essa personalidade que ela batalhou para conquistar seu espaço. De origem humilde, com mãe doméstica, e criada em Belford Roxo, na região da Baixada Fluminense, a artista reconhece que foi difícil chegar aonde está hoje. “Foi demais! Mas ainda é sob uma perspectiva diferente. Já ultrapassei obstáculos que pareciam impossíveis quando comecei a estudar e investir na carreira”, conta.
Para a atriz, hoje as dificuldades mudaram de forma. “Mas ainda existem muitas, algumas perduram… como medos e angústias. Nesta semana gravei a chamada da Copa Feminina de 2023 para a Globo e no texto tinha a frase: ‘Todo dia luto para vencer os mesmos adversários…’ Fiquei pensando nela. Todos temos adversários próprios e esses são os meus.” Antes de estrear como atriz e passar em 1º lugar para a Martins Penna, única escola técnica de teatro gratuita da América Latina, Eli participou de concursos de beleza e coleciona títulos, entre eles, o de Miss Belford Roxo. “Hoje, tenho outra visão sobre esses concursos, mas há 13 anos foi importante. A beleza abriu portas, mas sempre soube que não as manteriam abertas! E isso me deixa muito feliz, porque sempre tive consciência de que tinha muito mais para mostrar”, afirma.
Destaque em Mar do Sertão, trama que tem valorizado a representatividade em suas cenas, a artista pontua que é importante se ver na tela. “Precisamos de referências e os meios de comunicação, a TV aberta, são veículos importantíssimos na construção do imaginário de uma sociedade. Então, com atraso e muita luta de quem veio antes, a TV, revistas, marcas, campanhas publicitárias passaram a ter mais diversidade, porque essas pessoas consomem muito! O negro, o indígena, os LGBTQIA+, pessoas com necessidades especiais… precisam se ver! Isso é diversidade”, defende ela, cujo sonho é ser protagonista de uma história. “Que atriz não sonha? Comigo não seria diferente. Como diz minha mãe: ‘você não é todo mundo’. Eu, uma artista preta, com essa trajetória, sem dúvida, desejo muito e trabalho para isso. E quero fazer muita coisa ainda na minha carreira”, avisa.
Feliz no trabalho e no amor, a artista namora o contramestre de capoeira, Ajaye Damasceno. “O coração fica dividido entre o trabalho no Rio, a casa em SP, e o amor na Bahia. Fica puxado, mas estamos levando e curtindo sempre que estamos juntos”, conta.
Fonte: Revista Caras
Foto: Divulgação